São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 1994
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Pele artificial recupera epiderme e é exportada

ADELSON BARBOSA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

Os pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Lauro Xavier Filho, 55, e Marçal de Queiroz Paulo, 46, estão industrializando em João Pessoa (PB) o Bioskin, uma pele artificial utilizada na medicina para recuperar as propriedades fisiológicas da epiderme (camada superficial da pele) em todos os tipos de queimaduras e cortes. O Bioskin foi criado em 1981, durante testes com microorganismos no LTF (Laboratório de Tecnologia Farmacêutica) da UFPB.
Os pesquisadores reuniram três microorganismos encontrados no vinagre, cerveja, álcool e cachaça e encontraram uma biomassa denominada hemicelulose, transformada em pele, segundo o biólogo Lauro Xavier Filho. Segundo ele, o Bioskin tem efeitos analgésicos ao ser aplicado sobre a pele dilacerada. "Qualquer dor passa imediatamente, porque o Bioskin cobre os terminais nervosos", disse.
Xavier afirmou que só é preciso aplicar o Bioskin uma única vez sobre o lugar ferido. Dependendo do tipo de lesão, a recuperação da pele varia de cinco dias (casos simples) a um mês (casos mais graves). O tratamento comum de uma queimadura de terceiro grau dura até três meses. Xavier contou o exemplo de um motociclista que sofreu um acidente e ficou com uma perna dilacerada, em "carne viva". "Aplicamos o Bioskin e, em 28 dias, a perna estava apenas com algumas cicatrizes", disse.
Segundo o pesquisador, o Bioskin não tem contra-indicação e pode ser usado por qualquer pessoa, independente de indicação médica. Nos casos graves, deve haver acompanhamento médico. A pele artificial é utilizada em clínicas de cirurgia plástica de vários Estados e está sendo exportada para a Itália. A produção hoje é de cerca de mil películas por mês, de vários tamanhos. Os preços variam entre US$ 1 e US$ 2.
(AB)

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