São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Luxemburgo assume culpa pela derrota
WILSON BALDINI JR.
"Não estou menosprezando o adversário dizendo que perdemos pelos nossos erros. O São Paulo também teve méritos, marcou muito bem nossos atacantes, e não deixou que as jogadas acontecessem", afirmou. Momentos antes do início da partida, o técnico palmeirense ainda estava indeciso quanto a melhor escalação para seu time. "Fiquei esperando a definição do Telê. Como ele escalou o Doriva, preferi escalar o Mazinho no meio-campo, ao invés do Edílson", disse. Desta maneira, Luxemburgo pretendia ter uma melhor cobertura no setor defensivo. Mas os meio-campistas Mazinho e César Sampaio fizeram pouco na marcação do bem estruturado ataque são-paulino. "Começamos a perder a partida pela nossa direita", disse o técnico. O lateral Gil Baiano era totalmente superado pelos avanços de André, coordenados por Leonardo e Muller. Outro problema tático enfrentado por Luxemburgo durante o clássico foi a avanço na marcação do São Paulo. "Nossa defesa não conseguia sair jogando e os erros nos passes foram aumentando", explicou. "Telê Santana neutralizou meu time. Com os nossos jogadores mais habilidosos marcados, ficamos reduzidos a chutões dos zagueiros", disse o treinador palmeirense. Com a derrota tática, Luxemburgo tentou inverter a situação no intervalo colocando Amaral no lugar do fraco Gil Baiano. Mas, mais uma vez, Telê conseguiu sair com vantagem. O treinador do São Paulo centralizou os contra-ataques pelo lado direito com Euller, Cafu e Vítor. "Além de não conseguirmos sair da marcação deles, ainda não acertamos as coberturas da nossa marcação", disse Luxemburgo. "O maior exemplo disso foi o Doriva. Ele ganhou todos os rebotes que vinham da nossa zaga". O ponta Zinho era o mais abatido nos vestiários. "Temos consciência de que jogamos mal. Vai ser difícil o Palmeiras repetir a mesma atuação no campeonato", disse. "Lógico que o São Paulo teve seus méritos, mas hoje não rendemos o futebol a que o time está acostumado", concluiu. O zagueiro Antônio Carlos concordou com o companheiro e também destacou o excesso de passes errados como sendo o principal motivo pela falta de produção da equipe. "Eu e o Cléber ficávamos sem opção de saída de bola e o lançamento era sempre interceptado pelo adversário", disse o jogador, se referindo à lentidão dos atacantes palmeirenses para saírem da marcação. Um dos lances mais curiosos da partida aconteceu após o segundo gol são-paulino, feito por Leonardo de pênalti. O ponta Zinho reclamou com o goleiro Sérgio, por ele ter escolhido o canto esquerdo. "Conheço o estilo do Leonardo e sabia que ele iria bater naquele canto. Mas o Sérgio não me ouviu", afirmou. O goleiro palmeirense justificou sua escolha. "Nesses momentos você precisa confiar no que sente. Infelizmente, optei por um lado e não deu certo." Fernando Casal de Rey, diretor do São Paulo, não gostou das declarações do técnico palmeirense após o jogo. "Não é nenhuma desonra perder para o bicampeão do mundo", alfinetou. "O São Paulo foi o maior problema do Palmeiras", concluiu. Luxemburgo rebateu dizendo que o diretor estava "falando demais". "Em toda a minha carreira nunca menosprezei um adversário. E não faria isso com o São Paulo", explicou. "Apenas quis dizer que se o Palmeiras não tivesse errado tantos passes e eu não tivesse escalado tão mal a equipe, poderíamos ter ganho o jogo." Texto Anterior: Ex-vilão, Válber dá show no 2º tempo Próximo Texto: Técnicos elogiam Cerdeira Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |