São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 1994
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Colonos enterram assassino como herói

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

"Um milhão de árabes não valem a unha de um judeu", disse o rabino Yaacov Perrin, durante o enterro de Baruch Goldstein, o colono que massacrou 43 palestinos numa mesquita há três dias.
Cerca de 300 pessoas acompanharam o funeral e outras 1.000 foram à sinagoga de Kiryat Arba (assentamento colado à cidade de Hebron) prestar tributo a Goldstein. A chacina de muçulmanos que oravam ajoelhados chocou o mundo. Mas os colonos que enterraram o assassino referiam-se a ele como herói. "Somos todos Goldstein", gritou um deles. Outros jogaram pedras em jornalistas que tentavam filmar o enterro, chamando-os de "nazistas".
Goldstein foi enterrado em Kiryat Arba, em cova temporária. Seu corpo deve ser trasladado depois para o cemitério judaico de Hebron. Ele tinha 42 anos. Era médico, nascido no Brooklyn (Nova Iorque). Em Israel tornou-se membro do partido extremista Kach, do rabino Meir Kahane, assassinado em 1990 nos EUA.
Um colono disse que Goldstein sofreu um colapso nervoso depois que guerrilheiros palestinos mataram dois de seus amigos, pai e filho, em dezembro.

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