São Paulo, sábado, 5 de março de 1994
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Anos 80, a década que ainda não terminou

EVA JOORY; ERIKA PALOMINO
DA REPORTAGEM LOCAL

Anos 80, década que ainda não terminou
EVA JOORY
ERIKA PALOMINO
E entra março, começa finalmente 94 e a década de 80 ainda está entre nós. Botar o pé nos novos tempos não é coisa lá muito fácil e mesmo os mais modernos se vêem, de quando em quando, presos a valores tipicamente anos 80, com clara relutância em aceitar a passagem inexorável dos tempos.
Assim, Atitude traça um panorama do que foi essa década em termos de moda, estética e comportamento, para facilitar a vida dos adoradores de revivals e de quem não queira perder o tal bonde da história. Lembra? Era o tempo das ombreiras, dos reflexos nos cabelos, dos Smiths, dos yuppies, do egocentrismo e da ginástica aeróbica.
Onde você estava nos anos 80? Alguns personagens típicos da década respondem. A fotógrafa Vania Toledo, 45, cujas fotos fizeram escola nos retratos de personalidades no país diz que "estava feliz e não sabia". Segundo ela, "nada morre, tudo vira história. Tem que se pegar as coisas boas de todas as décadas e assimilá-las". A artista plástica Pinky Wainer, 39, que passou os 80 "dentro de casa, cuidando dos filhos e do trabalho", dá "graças a Deus" que a década tenha acabado, criticando a "filosofia individualista" do período.
Contra isso, o músico Théo Werneck, 32 "estava aprendendo a amar e a tocar com o grupo Luni" e acha que de fato "as décadas não morrem, elas marcam, elas vivem." A descolada de hoje e sempre Tania Nomura, 31, afirma que desde os anos 80 já estava "indo contra a corrente", segundo ela. "Enquanto as pessoas estavam virando yuppies, eu estava experimentando outras coisas, como comunidades macrobióticas e experiências como ter um filho em casa e morar num veleiro."
O dono da marca Zoomp, outro dos ícones dos anos 80 em São Paulo, garante que naquele tempo "tinha a cabeça nos anos 90". Acha que de fato a década não morreu. Mas sentencia: "Os anos 80 estão prescritos."

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