São Paulo, domingo, 6 de março de 1994
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Entenda a crise do país

DA REDAÇÃO

Os violentos conflitos entre fundamentalistas islâmicos e o governo e grupos seculares da Argélia foram detonados pelo golpe militar de janeiro de 1992, que anulou a realização do segundo turno das eleições parlamentares. No primeiro turno, em dezembro, a fundamentalista Frente Islâmica de Salvação (FIS) havia obtido folgada vitória e ameaçava impor preceitos rígidos do islamismo a toda a população.
Os militares, apoiados por grupos civis seculares, começaram uma violenta ofensiva contra a FIS e os fundamentalistas. Só nos protestos contra o golpe, o saldo da repressão foi de cerca de 150 mortos, 700 feridos e 30 mil presos. A liderança da FIS foi presa, inclusive seu líder máximo, Abasi Madani.
Os fundamentalistas reagiram iniciando uma série de atentados contra membros do governo e líderes seculares, culminando no assassinato do presidente Mohamed Budiaf.
Os ataques fundamentalistas e os contra-ataques do governo jogaram o país numa virtual guerra civil. Mesmo altos chefes militares só se locomovem pelo país de helicóptero ou avião, temendo atentados.
A ação dos fundamentalistas, porém, não se restringiu aos governantes e militares. Para desestabilizar o país, deram um ultimato no final do ano passado para que todos os estrangeiros deixassem a Argélia ou se arriscassem a ser assassinados. Mais de 20 já foram mortos e muitos deixaram o país.

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