São Paulo, domingo, 6 de março de 1994
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Perspectiva para 94 é boa

ANTÔNIO CORRÊA DE LACERDA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Entramos março com um novo plano econômico, mais uma tentativa de estabilizar a economia. Em princípio, enquanto a URV (Unidade Real de Valor) for apenas um indexador, muito pouca coisa muda, à exceção que temos uma nova regra para salários e contratos. A inflação continuará pelo menos no nível atual, os juros reais permanecerão elevados e a estrutura tributária agravada pelo aumento das alíquotas, além do IPMF.
As empresas já devem se preparar para um período de inflação bem menor do que o patamar atual, a partir da criação da nova moeda (o real), quando o nível de atividades deverá ser aquecido. Dois principais fatores devem alimentar o consumo e, portanto, a atividade econômica: os salários das camadas mais baixas devem ter o seu poder de compra aumentado, ou pelo menos mantido, em função da queda da inflação; e a diminuição da remuneração nominal das aplicações financeiras deve fazer com que os recursos sejam dirigidos para o consumo (fim da "ilusão monetária").
A abertura da economia e a busca de competitividade tendem a favorecer a atuação da micro e pequena empresa com as novas chances que são criadas, como o movimento de terceirização, por exemplo, com as empresas se concentrando na sua atividade-fim e transferindo tarefas-meio para as outras empresas. Isso abre um campo fantástico para empresas enxutas, bem administradas e que possam fornecer produtos e serviços de qualidade, a preços competitivos.
Para o país, num horizonte de médio e longo prazo, é preciso valorizar o papel estratégico da micro e pequena empresa, na articulação da política industrial com as demais políticas econômicas, e garantir as condições para a retomada sustentada do desenvolvimento. Para isso, basta olharmos o exemplo bem-sucedido de países como Japão e Alemanha.

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