São Paulo, quarta-feira, 9 de março de 1994
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Diniz nega ter contribuído para Maluf

MÁRIO SIMAS FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Abílio Diniz disse ontem na PF (Polícia Federal) que nunca contribuiu financeiramente para as campanhas eleitorais do prefeito de São Paulo, Paulo Maluf. No final do ano passado, o pianista João Carlos Martins, dono da Paubrasil Engenharia e Montagens Ltda. entregou à Procuradoria da República uma relação das empresas que deram dinheiro para as campanhas de Maluf em 1990 e 1992. Na relação consta que a Companhia Brasileira de Distribuição, holding de Diniz, deu US$ 40 mil para a campanha de Maluf em 14 de setembro de 1990.
Em seu depoimento, Diniz afirmou que os US$ 40 mil pagos à Paubrasil se referiam a prestação de serviços feitos pela empresa. Segundo ele, a Paubrasil foi contratada para fazer assessoria financeira em uma empresa do grupo em Campinas. Diniz afirmou que nunca houve uma conversa pessoal entre ele e Martins. A PF vai investigar para saber se de fato a Paubrasil fez assessoria financeira para alguma empresa de Diniz. Até o final de março, a PF fará uma acareação entre Diniz e Martins.
No ano passado, em depoimento prestado na Procuradoria da República, Martins afirmou que fizera contato pessoal com Diniz para solicitar recursos à campanha de Maluf. "O que o João Carlos disse é mentira", afirmou Diniz.
Na lista entregue pelo pianista estão relacionadas mais de 40 empresas, inclusive as maiores empreiteiras do país. Todos os empresários ouvidos na PF confirmaram a versão do pianista e admitiram ter recebido notas fiscais frias da Paubrasil em troca das doações feitas às campanhas malufistas.
Em abril, a Procuradoria da República deve fazer as primeiras denúncias no caso Paubrasil. As acusações ainda não foram feitas porque a Procuradoria não recebeu cópia da investigação feita pela Receita Federal.

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