São Paulo, quarta-feira, 9 de março de 1994
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Indecisão de lideranças pode adiar votação

LÚCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os líderes do PPR e do PFL pretendem apresentar até amanhã o requerimento que antecipa a votação de dois temas da ordem econômica: definição de empresa nacional e exploração do subsolo. Mas a votação das matérias ocorreria a partir do dia 23, após a conclusão da chamada "agenda política", que inclui temas desde a desincompatibilização de governadores até a remuneração de vereadores.
A proposta inicial do PPR e do PFL era antecipar para a próxima semana, a partir do dia 14, as votações da ordem econômica. O objetivo era mobilizar o Congresso revisor com a votação de temas polêmicos. O recuo dos conservadores foi motivado principalmente pela pressão dos líderes do PMDB e do PSDB, que pretendem evitar um enfrentamento com a esquerda.
O presidente da Câmara, Inocêncio Oliveira (PFL-PE), defende que os temas da ordem econômica entrem em votação na próxima semana. Ele quer que a "agenda política" seja esgotada de qualquer maneira até esta sexta-feira.
O quórum elevado conseguido ontem e a decisão do PT de participar da revisão acabaram, porém, deixando os líderes do PPR e do PFL divididos. O líder do PFL no Senado, Marco Maciel (PE), acha que seria mais prudente adiar a votação do requerimento que antecipa a ordem econômica para a próxima semana, para evitar a radicalização. O líder do PPR na Câmara, Marcelino Romano, também concorda com o adiamento.
O recuo dos líderes provocou reuniões informais no plenário do Congresso revisor, no final da tarde de ontem. O presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen, o líder do partido na Câmara, Luís Eduardo Magalhães (BA), e o presidente nacional do PPR, senador Esperidião Amin (SC), já haviam anunciado publicamente que o requerimento que antecipa a ordem econômica seria votado hoje.
O líder do PMDB na Câmara, Tarcísio Delgado (MG), disse ontem que o partido poderá apoiar a antecipação dos temas da ordem econômica. O líder do PSDB no Senado, Mário Covas (SP), prevê polêmica: "Vão acabar com a ordem econômica e com a revisão".

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