São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 1994 |
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13% das crianças trabalham no continente
FERNANDA SCALZO
A porcentagem relativa à América do Sul é baixa se comparada à da África (22%) ou da Ásia (15%). Mas a porcentagem relativa às crianças brasileiras entre 10 e 14 anos que têm uma atividade econômica é alarmante: 18%. No Brasil, o trabalho de crianças é legal a partir dos 14 anos, e portanto o relatório inclui as que trabalham legalmente. O México, que segue a mesma regra, também tem 18% de crianças economicamente ativas. O BTI promove uma campanha internacional para que a idade mínima para o trabalho passe a ser 15 anos. Entre os países europeus, a Itália é o que tem mais crianças empregadas, principalmente nas indústrias de couro da região de Nápoles. Na Espanha, mais de cem mil crianças trabalham na agricultura, em geral nas propriedades de suas famílias. Na Ásia, região do mundo onde há mais crianças que trabalham, elas formam cerca de 11% da mão-de-obra total. Só na Índia, 44 milhões de crianças têm um trabalho, a maioria nas tecelagens de tapetes, e estima-se em um milhão as que exercem trabalhos forçados para pagar dívidas dos pais. Como muitas crianças trabalham em atividades domésticas ou como "ajudantes", é muito difícil estabelecer estatísticas e o BTI estima que o número real de crianças no trabalho seja superior ao que seus relatórios apresentam. Um estudo na Nigéria, por exemplo, revelou que apenas 27% das crianças vão à escola, de onde se poderia concluir que as outras 73% exercem alguma forma de trabalho. Texto Anterior: País pobre só mede desemprego da elite Próximo Texto: Betinho quer mobilizar país contra indigência Índice |
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