São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 1994
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Introdução do real terá aviso prévio, diz Malan

HELCIO ZOLINI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O presidente do Banco Central (BC), Pedro Malan, disse ontem, em Belo Horizonte, que a nova moeda brasileira, o real, só entrará em circulação após o mês de abril. "Em abril não será implementada. Não têm fundamento os rumores de que o governo só estaria esperando a relação entre o cruzeiro real e a URV chegar a 1.000 para introduzir o real. Isso não tem o menor cabimento nem a menor procedência e só leva inquietação, absolutamente desnecessária, ao mercado", afirmou.
Malan disse que o governo fará um aviso prévio da data que o real será introduzido. "Não estamos fixando datas. Avisaremos xis dias antes a data para a introdução do Real para que tenhamos tempo de equacionar questões ligadas aos títulos prefixados e aos cheques pré-datados. Esse prazo não pode ser inferior a 30 dias. Será alguma coisa superior a 30, mas não muito", afirmou.
Malan disse que será possível trocar o meio circulante (cerca de 1,5 bilhão de cédulas e moedas) em poucos dias. Ele afirmou que as duas moedas só permanecerão juntas no período da troca, pois, não é possível o país ter duas moedas ao mesmo tempo.
Ele disse que a Casa da Moeda dará início à impressão no final deste mês, pois a intenção do governo é ter as novas cédulas e moedas distribuídas aos bancos antes da introdução efetiva do real. Também as empresas que complementarão o trabalho da Casa da Moeda serão contratadas esta semana.
O presidente do BC não quis comentar também a eventual saída de Fernando Henrique Cardoso do Ministério da Fazenda. Ele disse apenas que a saída do ministro não comprometerá o plano econômico. Questionado se aceitaria um convite para ocupar o cargo no lugar de FHC, ele foi evasivo: "Isso não está sendo cogitado."

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