São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 1994 |
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Para Febraban, URV é 'fórmula inteligente' Alcides Tápias diz que plano pode acabar com a inflação DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O presidente da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), Alcides Tápias, elogiou ontem o plano econômico e disse que a URV é "uma âncora cambial disfarçada". Segundo ele, a URV é "uma fórmula inteligente de garantir credibilidade" porque está atrelada indiretamente à variação do dólar.Tápias afirmou que é muito importante a sociedade compreender a URV e adotá-la. Assim, a transição para o real, a nova moeda, será feita com tranquilidade. Na sua avaliação, "o plano é bem elaborado e tem condições de acabar com a inflação". Tápias disse que o governo ainda não definiu como serão deflacionados os contratos que não tiverem sido convertidos em URV quando o real chegar. Tápias foi o primeiro representante dos empresários que prestou depoimentos ontem na Comissão Especial que examina a MP 434 que criou a URV. O empresário Emerson Kapaz, presidente do PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais), também elogiou o plano. Segundo ele, o Brasil tem novamente uma possibilidade de acabar com a inflação. Kapaz disse que é contra a proposta de gatilho salarial apresentada por parlamentares. "É uma forma de voltar à velha corrida de preços versus salários, onde os salários sempre perdem", afirmou. Ele criticou os empresários que fizeram remarcação abusiva e afirmou que eles não contribuem para o sucesso do plano econômico. O aumento abusivo de preços foi explicado por Tápias como resultado da falta de credibilidade no plano. Ao contrário de Tápias, alguns dos representantes dos empresários preferiram criticar o plano econômico.O presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), Ernesto Salvo, criticou a política de juros altos definida pelo governo e afirmou que isto poderá inviabilizar o sucesso do plano. Para o presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Marcos Vilela Santana, o governo deve revogar o dispositivo que proíbe a revisão de contratos num prazo inferior a um ano. Para apoiar o plano econômico, o presidente da CNA exigiu que o governo conceda "juros negativos" para o setor. Segundo ele, a agricultura fica inviabilizada sem subsídios e sem juros que fiquem abaixo da inflação. Texto Anterior: País ganha prazo para acerto com FMI Próximo Texto: Ministro FHC admite repor perda salarial Índice |
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