São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 1994
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Arma é lista de preços, afirma FHC

ANTONIO CARLOS SEIDL
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES

O ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso disse ontem que a principal arma do governo contra aumentos considerados abusivos são análises dos preços oligopolizados nos últimos seis meses. Falando à Folha em Buenos Aires, onde participou de uma reunião de ministros da Fazenda e de Relações Exteriores do Mercosul, o ministro disse: "Temos dados para 490 produtos distintos".
Ele afirmou que o governo já sabe quais são os preços que estão acima do preço médio em URV ou dólar. A tática do governo, disse, é usar essas listas de preços para negociar com os oligopólios. FHC disse que o alvo das listas são os bens de consumo, que representam 80% do acompanhamento.
Disse que o governo vai "jogar forte" contra os empresários, monopólios e oligopólios que "aumentaram abusivamente seus preços "sob o pretexto que eventualmente o governo poderia congelar a economia".
FHC afirmou que o Ministério da Fazenda não permitirá que nenhum preço dos monopólios públicos suba acima da média dos quatro últimos meses a partir de 1º de março. "O objetivo é aumentar a concorrência, mas sem arbitragem dos preços", disse.
O ministro disse que não teve conhecimento do aumento "arbitrário" das tarifas de energia elétrica. FHC rebateu as alegações do ex-presidente do Dnaee (Departamento Nacional de Águas e Esgotos e Energia), Gastão Luiz Andrade Lima, segundo as quais FHC sabia do aumento das tarifas.
FHC disse que todos os aumentos de tarifas públicas feitos acima da média dos quatro últimos meses serão revertidos "nos próximos momentos"."A informacão que eu tinha é que os aumentos seguiriam a regra de não superar o nível de inflação", afirmou. "Não posso concordar com esse processo de aumentos arbitrários", disse.

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