São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 1994
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Maioria acha que Clinton feriu ética

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Enquanto pela primeira vez pesquisas de opinião pública mostravam amplas maiorias dos entrevistados achando que Bill e Hillary Clinton cometeram atos ilegais ou antiéticos no caso Whitewater, três dos mais próximos auxiliares do presidente e da primeira-dama dos EUA prestaram depoimentos ontem a um júri federal que investiga o assunto.
O Instituto Gallup divulgou ontem resultados de pesquisa realizada nos dias 7 e 8 de março, segundo os quais 61% dos entrevistados disseram que Bill Clinton "provavelmente" fez alguma coisa ilegal ou antiética. A mesma opinião sobre Hillary Clinton foi sustentada por 56% dos entrevistados.
A mesma pesquisa revela que 49% das pessoas ouvidas acham necessário que o Congresso constitua uma comissão parlamentar de inquérito sobre o caso Whitewater (43% se opõem) e que 43% desaprovam a maneira como o presidente tem lidado com as investigações (39% aprovam).
Em Washington, a chefe de gabinete da primeira-dama, Margaret Williams, foi a primeira assessora da Casa Branca a depor ao júri federal que apura o caso. O depoimento dela durou duas horas e, como todos os demais serão, foi secreto. À saída, ela disse apenas que está "encorajada por participar de um processo que vai achar a verdade, e não de fofocas sensacionalistas".
A assessora de imprensa de Hillary Clinton, Liza Caputo, e o diretor de comunicações da Casa Branca, Mark Gearan, também prestaram depoimentos ontem. Outros três assessores de Clinton serão ouvidos hoje. Os seis participaram de três encontros com investigadores do caso Whitewater que podem ser considerados como tentativa de obstrução da Justiça.
O sub-assessor para assuntos legais da Casa Branca, Joel Klein, entregou também ontem ao júri cerca de 1.000 documentos sobre o caso Whitewater, recolhidos depois da exigência do procurador especial de que todos os papéis referentes ao tema fossem colocados à disposição da Justiça. Klein disse que todos os funcionários da Casa Branca, inclusive o presidente e a primeira-dama, obedeceram à intimação do promotor.
Em Nova York, onde passou o dia, Clinton só se referiu ao caso Whitewater de maneira indireta. Hillary continua se negando a responder sobre o tema. Os dois estudam a possibilidade de falarem juntos nos próximos dias ao público dos EUA pela televisão a respeito do assunto.

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