São Paulo, sábado, 12 de março de 1994
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Arafat diz que Exército de Israel organizou o massacre de Hebron

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Unidades do Exército israelense e colonos judeus organizaram o massacre de dezenas de fiéis muçulmanos no último dia 25 em Hebron, afirmou o presidente da Organização para Libertação da Palestina (OLP), Iasser Arafat. Autoridades israelenses dizem que o massacre na mesquita de Ibrahim foi cometido por Baruch Goldstein, médico nascido nos EUA que vivia na colônia de Kiryat Arbat.
}O massacre de Hebron foi planejado e organizado por unidades do Exército israelense e colonos armados, disse Arafat em entrevista ao jornal francês }Le Figaro. }O Exército israelense abriu fogo para proteger a retirada dos colonos e também disparou contra fiéis que fugiam da mesquita.
A Anistia Internacional pediu ao governo israelense que reveja sua política de segurança para os territórios ocupados. A organização de defesa dos direitos humanos disse que Israel deve }treinar e equipar adequadamente suas forças no controle de multidões ou substituí-las por policiais especialmente treinados e equipados.
Arafat negou estar fazendo novas exigências para voltar às negociações de paz com Israel. Segundo ele, todas as exigências constam do acordo assinado em 13 de setembro de 1993 em Washington.
Para o líder palestino, a presença de israelenses dentro da cidade de Hebron é ilegal. }Por que eles consfiscam casas palestinas? Os 400 israelenses que vivem em Hebron dizem morar em casas que pertenceram a judeus massacrados por seus vizinhos árabes em 1929.
Sobre o envio de observadores internacionais para a faixa de Gaza e a Cisjordânia, Arafat disse que eles deverão estar armados. }Mas eu não estou pedindo que eles tenham tanques. Segundo ele, o acordo de Washington já fazia referência a uma força internacional.
Ontem, última sexta-feira de Ramadã (mês sagrado para os muçulmanos), pelo menos oito palestinos ficaram feridos em confrontos com soldados de Israel. Em Jerusalém, as autoridades israelenses proibiram os judeus de portarem armas no Muro das Lamentações –local mais sagrado do judaísmo, próximo à mesquita Al Aksa, a terceira mais importante do Islã.

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