São Paulo, domingo, 13 de março de 1994
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Spielberg com cara de anos 40

SÉRGIO AUGUSTO

O Holocausto não era assunto talhado para a espetaculosidade de Steven Spielberg, mas é mais do que compreensível que ele, até por sua origem judaica, tenha investido todo o seu prestígio e know-how para levar à tela a maior tragédia coletiva deste século. Tocado por seu infalível condão, "A Lista de Schindler" deverá ser o primeiro filme sobre as atrocidades nazistas a figurar entre os dez mais vistos de todos os tempos. Outros, mais densos ("Kanal", de Andrzej Wajda) e complexos ("Shoa", de Claude Lanzman), foram feitos antes; nenhum, contudo, com um personagem tão inacreditavelmente cinematográfico, embora real, como Oskar Schindler. A originalidade de "A Lista de Schindler" contém o seu próprio antídoto: encarnado por um ator, Liam Neeson, mais preocupado em fazer pose e exibir seu perfil do que construir um personagem, Schindler resulta demasiado glamouroso e opaco, limitações que contagiam o filme –íntegro, empenhado, aqui e ali eficaz e comovente, mas demasiado submisso a uma estética e a uma melodramaticidade típicas da Hollywood dos anos 40. –S.A.

A Lista de Schindler (Schindler's List). EUA, 1993. A estréia estava programada para sexta, 11, nos cines Ipiranga 1, Metro 1, Gemini 2, Astor, Center Iguatemi 1 e 3, Eldorado 4 e 6, Morumbi 2 e 3, Ibirapuera 2 e Lar Center 2. Salas e horários a confirmar.

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