São Paulo, domingo, 13 de março de 1994 |
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Corra para lucrar com ovos de Páscoa
ROBERTA JOVCHELEVICH
É importante ter uma geladeira exclusiva para colocar as fôrmas -o chocolate absorve odores muito facilmente, o que compromete a qualidade e o sabor. Todo o material necessário –barras, fôrmas e embalagens– pode ser adquirido em lojas especializadas, que também dão cursos. Quem vai entrar no negócio deve começar a divulgação primeiro, para trabalhar sob encomenda, evitando prejuízos desnecessários. A "propaganda" pode ser feita no próprio trabalho, em clubes e na vizinhança. O uso de produtos de primeira e cuidados com a higiene na hora de manusear o chocolate são itens fundamentais para o bom desempenho das vendas. Segundo os fabricantes, para que o negócio seja viável é necessário trabalhar com uma produção de pelo menos 50 quilos de chocolate, incluindo ovos, ovinhos, bombons para o recheio e coelhos. Os tamanhos dos ovos devem ser os tradicionais –250 gramas, 350 gramas, 500 gramas e 1 quilo. Para Geiza Saad Lemos Basto, 41, proprietária da Barra Doce, o preço de venda do ovo deve ser estabelecido de acordo com o quilo da barra. Na opinião dela, o fabricante não deve cobrar menos de CR$ 9.000 (considerando CR$ 3.500 o preço médio do quilo de uma barra), pelo quilo do ovo ao leite. Ovos crocantes e demais variações levam mais ingredientes e devem ter preço mais alto. Cristina Serafim, 43, é funcionária de uma multinacional da área de mineração e há oito anos começou a fazer chocolate na Páscoa, depois que fez o curso da Barra Doce. Atualmente, ela tem uma produção de 600 quilos de chocolate na forma de ovos e coelhos. "Dá trabalho, mas o lucro de mais de 100% compensa", afirma. Para poder atender todas as encomendas, muitas dos próprio colegas de trabalho, Cristina diz ter que, às vezes, trabalhar durante 24 horas seguidas. Segundo ela, a maior vantagem da fabricação do ovo caseiro, sob encomenda, é a possibilidade de variar. "Se o cliente pedir, eu tenho condições de fazer um ovo com uma casca crocante e a outra lisa." Porém, Cristina adverte para o cuidado que se deve ter com certos produtos. "Coco, leite condensado e creme-de-leite se estragam muito rápido. Só uso desde que a pessoa garanta que irá consumir logo ou guardar na geladeira." Outra que começou a fazer chocolates na Páscoa e fez da atividade sua profissão foi a publicitária Paula Lima, 32. Há cerca de dez anos, Paula resolveu promover uma degustação de ovos em sua casa. Convidou amigos, que acabaram gostando e levando amostras. As encomendas começaram a surgir e Paula se viu fazendo chocolates durante o ano inteiro. Há sete anos, ela abriu a Sweet Brazil, que hoje conta com 12 funcionários. A marca da loja, segundo Paula, são as embalagens sofisticadas, como fita de tule e papel encerado, e o uso de fôrmas originais. "Nessa Páscoa, estou aproveitando a proximidade da Copa do Mundo e lançando coelhos com a camisa do Brasil e coelhinhas torcedoras", diz. Produtos diferenciados também são o segmento da Anusha Chocolates nesta época. Os ovos trufados são o forte da empresa, que optou por não fazer o tradicional. "O nosso único ovo ao leite vem com a cara de um coelho desenhada", afirma a sócia Ana Maria de Arruda Castanho, 39. LEIA MAIS sobre ovos de Páscoa na pág 9-3. Próximo Texto: Banespa e Banco do Brasil financiam compra de franquia Índice |
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