São Paulo, domingo, 13 de março de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Twingo esbanja charme por US$ 14,8 mil

DA REPORTAGEM LOCAL

O charmoso Renault Twingo começa a ser vendido este mês por US$ 14,8 mil. É o importado mais barato depois dos russos Lada, que não têm lá muitos ares de importados. Teste completo realizado por Veículos mostra o desempenho desse míni francês que tem como ponto alto o apelo emocional e o design inovador.
O motor do Twingo tem semelhanças de arquitetura e de origem com o dos nossos Gol e Escort 1.0 e 1.6, mantendo o velho comando de válvulas no bloco. Com 1.239 cc de cilindrada, desenvolve 55 cv de potência, menos que o Mille, por exemplo. Tem bom torque em baixas rotações, que lhe permite oferecer dirigibilidade agradável na cidade, mas pouca força e elasticidade em altos giros.
Em compensação, apresentou um consumo fantástico, percorrendo 16,6 km/litro em média.
Apesar da pouca esportividade do motor, o carro é jovial e alegre em sua concepção. Tem carroceria monovolume (formato da Kombi, ou de um pão de fôrma, por exemplo) e muito espaço interno.
O formato permite aproveitamento especial do espaço interno. Sua versatilidade é acentuada pelo projeto de interior. Os bancos traseiros (com dois encostos) são reclináveis e reguláveis longitudinalmente, permitindo modular o tamanho do porta-malas.
Os bancos dianteiros têm original sistema de basculamento automático e permitem boa postura ao dirigir. A ergonomia (adaptação do espaço e dos comandos ao trabalho) é bem cuidada no geral. Peca ao revolucionar a posição do velocímetro digital, bem no centro do painel, à direita do motorista. É inovador e atraente, mas ruim. Dificulta a leitura.
O câmbio é justo, mas macio, com relações de marcha bem escalonadas (sem "buracos entre as marchas"). A direção, leve em movimento, fica pesada em manobras, problema para o público feminino, que deve representar parte importante das vendas do modelo.
A suspensão permite boa estabilidade ao carrinho mesmo em velocidades altas, mas transmite ruídos excessivos aos ocupantes ao defrontar-se com trechos de piso irregular. A tampa do porta-malas e os bancos traseiros também fazem ruído e vibram nas frequentes pistas esburacadas.
Para uso urbano, o Renault Twingo parece bastante adequado (excetuando-se itens como custo de manutenção, valor de revenda e resistência às condições do país, não aferidas por este teste). É pequeno, econômico, fácil de manobrar e agradável de dirigir.
Para viagens curtas, com alguma bagagem, permite modular o espaço no porta-malas. Em emergências sem hotel, reclina os bancos dianteiros e traseiros até formar duas camas.
Com apelo jovem, o Twingo tem bons ingredientes para conquistar uma faixa de público entre a classe alta urbana. Ao lado dos Suzuki, por exemplo.

LEIA MAIS
sobre os resultados do teste competo do Renault Twingo na pág. 8-3

Texto Anterior: Rio ganha unidade móvel da Mercedes; GM fabricará chicotes em Jaguariúna; O NÚMERO; Rodão inaugura loja e faz promoção
Próximo Texto: Mille ELX tem boas vendas na semana
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.