São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 1994
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Exposições recontam a aventura modernista

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Título: A Aventura Modernista - Coleção Gilberto Chateaubriand
Sinopse: 100 obras de 35 artistas brasileiros
Curadoria: Denise Mattar, Reynaldo Roels e Marcus Lontra
Onde: Galeria de Arte do Sesi (av. Paulista, 1313, tel. 011/253-5877, Cerqueira César, região central de São Paulo)
Quando: abertura hoje, às 19h; até 17 de julho
Visitação: de terça a sexta, das 8h30 às 20h30; sábado e domingo, das 14h30 às 20h30
Entrada: franca

Título: Arte Moderna Brasileira - Uma Seleção da Coleção Roberto Marinho
Sinopse: 99 obras de 19 artistas brasileiros
Curadoria: Paulo Venâncio Filho
Onde: Museu de Arte de São Paulo (av. Paulista, 1578, 2º andar, tel. 011/256-9611, Cerqueira César)
Quando: abertura hoje, às 20h; até 30 de abril
Visitação: de terça a sexta, das 13h às 17h; sábado e domingo, das 14h às 18h
Entrada: CR$ 700,00

A avenida Paulista faz a partir de hoje uma prévia da "Bienal Brasil Século 20", a megaexposição de mais de 700 obras de 250 artistas brasileiros que a Fundação Bienal abre em 24 de abril. Hoje é inaugurada a exposição "A Aventura Modernista" na Galeria de Arte do Sesi, com pinturas e esculturas da Coleção Gilberto Chateaubriand, doada ao Museu de Arte Moderna do Rio. Amanhã, será a vez de "Arte Moderna Brasileira" no Museu de Arte de São Paulo (Masp), com pinturas e esculturas da Coleção Roberto Marinho. A uma distância de 265 metros, as duas exposições reúnem 199 obras de 39 artistas do modernismo brasileiro, muitas das quais raramente vistas.
Elas se confrontam (veja texto abaixo) e se completam de maneira curiosa. A exposição da coleção Roberto Marinho traz obras de artistas vivos como Cícero Dias, Frans Krajcberg, Iberê Camargo e Manabu Mabe; boa parte delas é abstrata. A da coleção Gilberto Chateaubriand tem apenas um artista vivo, Lula Cardoso Ayres, 83; e todas as obras são figurativas, ainda que algumas a um dedal apenas do abstrato. Se as telas mais antigas de "A Aventura Modernista" são de 1912 ("O Jardim" e "A Floresta", de Anita Malfatti), a de "Arte Moderna Brasileira" é de 1927 (uma sem título de Guignard).
Alberto da Veiga Guignard, Antonio Bandeira, Cândido Portinari, Emiliano Di Cavalcanti e José Pancetti são presenças frequentes tanto lá como cá. Pancetti, por sinal, foi brindado com o maior número de obras em uma exposição: 27 na da coleção Marinho, além de outras cinco na da Chateaubriand. "Roberto Marinho era amigo desses artistas, e visitava o ateliê deles para comprar trabalhos", conta Paulo Venâncio Filho, curador da exposição do Masp. "Mas Pancetti, em especial o das marinhas, sempre foi sua preferência." Portinari e Di Cavalcanti vêm em seguida.
No primeiro andar do Masp, "Arte Moderna Brasileira" está agrupada tanto por temas como por autores. Naturezas-mortas, retratos e paisagens urbanas foram três tópicos destacados pelo curador. Através deles, sobretudo das naturezas mortas, é possível também traçar uma curta linha "evolutiva" do modernismo brasileiro –indo, no caso das naturezas, de Guignard até Iberê Camargo, passando por Di, Portinari e Pancetti.
Por sua vez, "A Aventura Modernista" tem uma organização mais cronológica. Com isso, mostra desde a contestação da figuração clássica até os primeiros flertes com o abstrato como em "A Árvore" (1955), de Antonio Bandeira. O número de trabalhos famosos, aqui, é superior. Vêem-se o "Urutu" (1928), de Tarsila do Amaral, "O Domador" (sem data), de Guignard, "A Mulher" (década de 30), de Victor Brecheret. E as mais diversas leituras em combinação.

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