São Paulo, terça-feira, 15 de março de 1994
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Criador tem até o próximo dia 31 para vacinar gado contra a aftosa

DA REPORTAGEM LOCAL

Há quinze dias do seu final, a campanha de vacinação contra a febre aftosa no Estado de São Paulo entra em fase decisiva e o trabalho no campo é acelerado.
Um dos motivos é que nas últimas duas semanas do mês, os pecuaristas de gado de leite, por exemplo, recebem seus vencimentos e compram as vacinas, cujas faturas são cobradas apenas no pagamento de abril.
Quem explica é o veterinário Djalma Torres Júnior, 45, do Centro de Defesa Animal, que coordena a vacinação do rebanho bovino do Vale do Paraíba (SP).
Tradicional região produtora de leite, o Vale do Paraíba, que reúne cidades como São José dos Campos, Taubaté, Pindamonhangaba, Cruzeiro e Jacareí, comercializou, na primeira semana da campanha, 25,2 mil doses de vacina, número baixo se comparado com o total do rebanho leiteiro e de corte (480 mil cabeças), diz Torres.
"Mas está tudo dentro das nossas expectativas", afirma o veterinário. Segundo ele, a partir do pagamento da produção tudo muda.
"Sempre foi assim. Além de comparecer na cooperativa, o produtor tem o débito cobrado na próxima folha de pagamento"
Até a semana passada, o Departamento de Defesa Animal, que fica em Campinas (SP), computou cerca de 80% do número total de doses que foram para as fazendas na primeira semana da campanha.
"Temos dez regionais em todo o Estado. Ainda não conseguimos os números das regiões de São José do Rio Preto, onde está um dos maiores rebanhos de gado de corte, e Campinas", afirma Armando Salvador da Silva, veterinário da Defesa Animal. "Os 80% que já chegaram ao interior, totalizam 4,6 milhões de doses".
O rebanho bovino e bubalino que o Departamento de Defesa Animal quer ver vacinado é estimado em 13,5 milhões de cabeças, incluindo bezerros com menos de quatro meses de idade, alvos da campanha pela primeira vez.
Os leilões de gado comercial continuam suspensos pela Secretaria de Agricultura, mas algumas empresas interioranas estão conseguindo liminares, como as das cidades de Osvaldo Cruz e Estrela do Oeste, e vendendo animais.
Salvador da Silva lembra que o produtor que não vacinar seu gado receberá multa de uma Ufesp (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo) por cabeça. A Ufesp de março vale CR$ 3.068,00. Uma dose de vacina custa hoje CR$ 270. "É burrice, perde dinheiro quem não vacina o rebanho", diz ele.

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