São Paulo, terça-feira, 15 de março de 1994
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SP tem 7 das dez cidades com mais casos de Aids

DANIELA PINHEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os números do Ministério da Saúde revelam uma explosão da epidemia de Aids no país. Até 1982, apenas sete casos haviam sido registrados. Dez anos depois, mais de 23 mil pessoas estavam contaminadas e 17 mil já haviam morrido. Ainda assim, as estatísticas levantadas pelo ministério são imprecisas. "Não é todo mundo que vai ao hospital para tratar da Aids. Acontece também de a doença não ser contabilizada pela falta de estrutura de algumas cidades", afirma Lair Guerra, coordenadora nacional do programa de Aids.
Outra dificuldade em se notificar a doença é o fato de ela apresentar sintomas diversos. "Às vezes um doente é internado com gripe e no hospital descobre que tem Aids", explicou Lair. Em 93, 30% das internações por pneumonia feitas na cidade de São Paulo foram posteriormente diagnosticadas como Aids. Entre 88 e 93, 3.600 pessoas em todo o país procuraram um médico pensando em curar uma simples herpes. Na verdade, a lesão já era um sintoma da doença.
A Grande São Paulo tem hoje 15.929 aidéticos, o maior número de doentes do país. Em seguida está o Rio de Janeiro, com 5.995 casos. De acordo com o ministério, a contaminação nas duas capitais acontece principalmente através da relação sexual entre homossexuais. No restante do país, as formas de contágio mais comuns são a prática de relação sexual sem preservativo e o uso de drogas injetáveis.

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