São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 1994
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Zagalo considera defensiva 'seleção ideal'

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

O coordenador-técnico da seleção brasileira, Mário Lobo Zagalo, disse ontem que a seleção escolhida por 50 eleitores ouvidos pela Folha é mais "fechada no meio-campo" do que a equipe do treinador Carlos Alberto Parreira.
Votaram técnicos, ex-jogadores, jornalistas e esportistas. Dos 11 titulares de Parreira até as eliminatórias do ano passado, a seleção eleita tem quatro mudanças: no lugar do goleiro Taffarel, Zetti; no do lateral-esquerdo Branco, Leonardo; no do volante Dunga, César Sampaio; no do meia Raí, Cafu.
O time dos eleitores mantém a estrutura da seleção: fora o goleiro, há quatro jogadores na defesa, quatro no meio-campo e dois no ataque. "Essa opção é uma vitória do bom senso", elogiou Zagalo.
Ele considera o time eleito mais forte na marcação do que o que irá à Copa. Na equipe das eliminatórias, havia dois jogadores no meio com características acentuadas de marcador: Mauro Silva e Dunga. Na seleção da enquete, há também dois volantes: Mauro Silva e César Sampaio. "Mas Cafu, que substitui Raí na pesquisa, é mais forte na marcação", afirmou Zagalo.
Chamado de "retranqueiro" por muitos torcedores devido a suas preocupações defensivas, o coordenador riu do resultado da "eleição". "É irônico que seja escolhido um time mais forte na defesa do que o da comissão técnica."
A seleção dos 50 votantes foi a seguinte: Zetti; Jorginho, Ricardo Rocha, Ricardo Gomes e Leonardo; Mauro Silva, César Sampaio, Cafu e Zinho; Bebeto e Romário.
Zagalo disse que a comissão técnica tem uma idéia fixa: "É preciso compactar o meio-campo, o que não é possível com três atacantes que não voltam para marcar". Para Zagalo, o sistema (posicionamento dos jogadores) 4-3-3 (quatro na defesa, três no meio e três no ataque) está "superado", razão pela qual a seleção joga com quatro no meio: Mauro Silva, Dunga, Raí e Zinho.
Islândia
A seleção brasileira poderá não ter todos os jogadores que atuam na Europa para o amistoso de 4 de maio contra a equipe da Islândia, em Florianópolis. A legislação internacional do futebol só obriga os clubes a cederem seus jogadores às equipes nacionais 14 dias antes da Copa do Mundo, de acordo com o supervisor da seleção, Américo Faria.
Se os clubes europeus seguissem a legislação à risca, só liberariam os seus atletas para os treinos em 3 de junho. Mas Parreira quer começá-los em 17 de maio. Por isso, a Confederação Brasileira de Futebol planeja uma saída diplomática: não convocaria para o jogo amistoso contra a Islândia jogadores cujos clubes ainda tivessem partidas importantes nos campeonatos europeus.
Se isso ocorrer, Parreira voltará a chamar um time "nacional", com jogadores que iriam a Florianópolis sem chance de integrar o grupo que irá ao Mundial.

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