São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 1994 |
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Preso diz que nada foi planejado
DA AGÊNCIA FOLHA, EM QUIXADÁ O preso Luciano Henrique de Souza, 20, um dos 12 fugitivos do Instituto Penal Paulo Sarasate que por 18 horas mantiveram d. Aloísio Lorscheider e outras 11 pessoas como reféns, foi capturado ontem quando dormia na localidade de Triunfo, em Ibaretama. Ele disse participou do sequestro "por acaso" e que não sabia se houve planejamento. Luciano falou à Folha numa cela do 1.º Batalhão da PM de Quixadá.* Folha - Quantos presos fugiram com você? Luciano Souza – Doze. Folha – Como foi o planejamento da ação? Souza– Não sei. Eu estava no auditório quando estourou tudo. O Carioca gritou que quem quisesse fugir que lhe acompanhasse. Aí eu acompanhei. Foi tudo por acaso. Folha- Que vocês planejavam fazer quando fugiram? Souza– O Carioca, o Betinho e o Robertinho Fazendeiro, que dirigia o carro, é que decidiam tudo. Eu fiquei lá atrás, junto com os reféns. Folha - O que ocorreu dentro do carro-forte? Souza – Muita coisa. O d. Aloísio foi muito bem tratado. Tinha um ventilador que não o deixava sentir calor. D. Aloísio é uma pessoa muito legal. Não queríamos maltratar ninguém. Folha - Como era a vida dentro do presídio? Souza – É a pior coisa do mundo. A comida é ruim e por qualquer coisa a gente levava porrada. Sou condenado a seis anos, já cumpri três e há um ano aguardo novo julgamento. Tem muita gente que já cumpriu a pena e continua preso. Folha - Como foi o primeiro dia de fuga de vocês? Souza – Passamos o dia todo dentro de uma gruta. A gente comia coco-babão, maracujá e folha verde. Quando anoiteceu, o Carioca, o Robertinho e outros quatro pegaram as armas e mandaram eu e mais cinco ir embora. Eu estava cansado e com fome. Dormi e quando acordei vi os policiais. Texto Anterior: Polícia prende 4 sequestradores de cardeal Próximo Texto: Morrem 3 após assalto com dois reféns no Rio Índice |
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