São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 1994
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Comércio quer abrir no domingo

DA REPORTAGEM LOCAL

Consumidores, dirigentes varejistas e até comerciários são favoráveis à abertura do comércio aos domingos, uma prática que pode levar a um aumento médio mensal de 6,5% no número de vendas. Esse é o resultado de pesquisa realizada junto aos três segmentos em oito capitais do país pelo Provar (Programa de Administração de Varejo), da Universidade de São Paulo, e a Gouvêa de Souza & MD, consultoria especializada no setor do varejo.
No resultado global, a pesquisa apontou que 67% dos consumidores concordam com a abertura, seja um domingo por mês, em todos eles, ou nos que antecedem datas especiais, como ocorre em São Paulo. Entre os 22% que já realizaram compras aos domingos surge um indício consistente de aumento de vendas neste dia, já que 17% deles revelaram que não as teriam feito em outro dia.
Entre os comerciários, os realizadores da pesquisa apontam como resultado expressivo o fato de 56% se mostrarem de alguma forma favoráveis à abertura, embora as opiniões contrárias tenham registrado o índice elevado de 44%. Dados positivos neste grupo são ainda a expectiva de aumento real de vendas por parte de 71% dos entrevistados e 64% acreditam em comissões mais altas.
No setor empresarial, os organizadores realizaram entrevistas com executivos de 51 redes varejistas (média de 50 lojas por rede), que totalizam um faturamento anual de US$ 8,5 bilhões, representam 14,5% do varejo global brasileiro e são responsáveis por 115 mil empregos diretos. Aqui, o resultado favorável chegou a 73%, com aprovação maior de setores onde as vendas são caracterizadas pela "decisão de impulso", como vestuário calçados e eletrodomésticos.
Para o consultor Marcos Gouvêa de Souza, diretor geral GS&MD, a pesquisa dá sinais de que a abertura do comércio aos domingos deve ser vista como investimento a ser feito por varejistas e comerciários. "A tendência é que isto ocorra de forma seletiva e sazonal, levando ao funcionamento regular das lojas nesse dia a partir da consolidação do hábito de consumo na população", avalia Gouvêa.
A pesquisa ouviu 1.200 consumidores e 600 comerciários nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Brasília, Curitiba e Porto Alegre.

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