São Paulo, sábado, 19 de março de 1994 |
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Cartilha vai disciplinar jogadores da seleção
MÁRIO MAGALHÃES
Há três anos, desde que Paulo Roberto Falcão foi nomeado treinador, os jogadores recebem uma cartilha de comportamento. Ela é constantemente atualizada no computador do supervisor Américo Faria. As cópias saem de sua impressora. Quando cada jogador se apresenta à seleção, é obrigado a assinar um comprovante de recebimento do documento. A CBF proíbe a presença de empresários e procuradores de jogadores nas dependências das concentrações. A visita de amigos também não é permitida. Os atletas não podem utilizar material de publicidade individual, como bonés. Também não podem esconder (virando pelo avesso) estampas de publicidade em seus uniformes. A cartilha foi criada para impedir a repetição de episódios como visitas de procuradores e amigos no Mundial de 90, na Itália. A maior preocupação é com Romário. No ano passado, na única semana em que esteve na seleção, durante as eliminatórias da Copa, ele não cumpriu as exigências disciplinares da CBF. Romário desrespeitou até a regra elementar (contida na cartilha) de fazer as refeições junto com os outros jogadores, no mesmo horário. Na concentração de Teresópolis, o atacante não comia com o grupo. Saía do prédio onde o almoço era servido e ficava com amigos de infância, a maioria do bairro de Vila da Penha (zona norte, subúrbio do Rio de Janeiro). O atacante do Barcelona distribuía aos amigos sanduíches feitos para os jogadores e a comissão técnica. Ele também almoçava sanduíches. A comissão técnica da seleção tinha conhecimento dos fatos, mas não tomou nenhuma atitude. Preferiu ignorar os acontecimentos para não entrar em atrito com o jogador às vésperas do jogo contra o Uruguai.(MM) Texto Anterior: Parreira vai manter Muller fora do amistoso Próximo Texto: Árbitros irão vestir uniformes coloridos durante as partidas Índice |
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