São Paulo, terça-feira, 22 de março de 1994 |
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Fiesp afirma que plano não se sustenta
ANTONIO CARLOS SEIDL
O documento integra a "Carta ao governo" que as entidades empresariais de todo o país entregam hoje à equipe econômica, em Brasília, pedindo o engajamento do governo no processo de revisão constitucional. O encontro será às 15h, na sede da CNI (Confederação Nacional da Indústria). O presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, disse ontem que a manutenção por um período muito longo da politica monetária austera (juros altos), para controlar um esperado aumento de demanda, comprometerá a saúde financeira das empresas, pressionará os custos e provocará efeitos recessivos. Além do encontro com representantes do governo, os líderes empresariais encontram-se também os os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para fazer pressão pela revisão constitucional. "Revisão, revisão e revisão. Depois a eleição. No final não teremos condições de gerenciamento do país, seja quem for eleito", disse Moreira Ferreira. Mario Bernardini, diretor de Economia da Fiesp, criticou a falta de visão do Congresso e a falta de empenho do governo na busca da aprovação de "prioridades essenciais" pelo Congresso revisor. "O Plano FHC terá um efeito extremamente transitório, de seis a oito meses, se não tivermos a conclusão da revisão constitucional", disse. "O plano é recessivo sem as reformas imediatas", afirmou. Segundo Bernardini, a Fiesp está preocupada com a implementação do plano. Ele vai dar certo a curto prazo, mas não se mantem em pé a médio e longo prazo porque o ajuste fiscal é precário, "é um quebra-galho que não se sustenta a longo prazo, porque falta uma verdadeira reforma fiscal dentro da revisão constitucional". Para ele, o plano tem condições de dar certo desde que a revisão constitucional faça as reformas tributária, política -com a introdução do voto distrital- da Previdência e quebre os monopólios da União. Próximo Texto: Nobel de Economia apóia dolarização Índice |
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