São Paulo, terça-feira, 22 de março de 1994
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Muller entra no lugar de Romário

MÁRIO MOREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O atacante Muller, do São Paulo, foi convocado ontem de manhã pelo técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, para o amistoso de amanhã à noite contra a Argentina em Recife. O jogador foi chamado em substituição a Romário, que sofreu uma contusão no joelho direito no sábado, na partida em que seu time, o Barcelona, empatou com o Racing Santander por 1 a 1, pelo Campeonato Espanhol.
Muller afirmou que tinha ficado "chateado" por não haver sido inicialmente convocado para o amistoso. A declaração foi dada ontem à tarde, antes do embarque dos jogadores paulistas para o Rio, onde se integrariam à seleção. O jogador, porém, evitou criticar a comissão técnica pelo fato.
"Foi um mal-entendido que já foi resolvido", disse Muller, referindo-se à informação passada na terça-feira passada pelo diretor de futebol do São Paulo, Khalef João Francisco, ao coordenador-técnico da seleção, Zagalo, de que ele não teria condições físicas para jogar amanhã, devido a uma contusão muscular. Muller, no entanto, recuperou-se a tempo de jogar no sábado contra o Ituano, em Itu, quando marcou o gol da vitória do São Paulo.
Em função da informação do dirigente são-paulino, na própria terça-feira Zagalo chamou Evair, do Palmeiras, seguindo orientação prévia de Parreira. Naquele dia, o técnico da seleção se encontrava no Cairo, aonde fora assistir a uma partida amistosa entre Camarões (adversário do Brasil na Copa) e o Egito. Parreira, porém, foi avisado do corte de Muller por jornalistas brasileiros quando estava no Egito, demonstrando surpresa com o fato. Isso deu margem a especulações de que ele se desentendera com Zagalo, mas o treinador negou.
Muller, que foi comunicado de sua convocação ontem de manhã por telefone pelo preparador físico do São Paulo e da seleção, Moraci Sant'Anna, afirmou que não tinha certeza se entraria de início contra a Argentina, apesar de ter sido titular durante quase todos os jogos das eliminatórias. "Isso quem vai decidir é o Parreira. Só estar na lista dos 22 já me alegra", disse.
Muller preferiu ser diplomático ao comentar a declaração de Romário de que ele nunca atuou bem pela seleção. "Minha cabeça está sempre boa. O importante é ter a confiança do treinador. E eu não preciso mostrar mais nada, porque o Parreira já confia no meu futebol."
O atacante disse esperar uma partida difícil contra a Argentina. "Sempre que as duas seleções se enfrentam, é um jogo nervoso. Mas se a gente jogar futebol, supera os argentinos."

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Sobre a seleção na pág. 3

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