São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 1994
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Garota da à luz e mata bebê para esconder a gravidez

Estudante colocou filha morta na bolsa e simulou aborto

DA REPORTAGEM LOCAL

A estudante Célia Santos, 19, foi presa em flagrante ontem sob a acusação de matar por asfixia sua filha recém-nascida. O crime ocorreu na rua Paulina Izabel de Queiroz, em Santo André (SP).
Célia, que cursa o 1.º ano da Faculdade de Letras na Fundação Santo André, deu à luz na madrugada de ontem e colocou o bebê dentro de uma bolsa.
Célia namorava com Hamilton Moura Reis, 20, há dois anos. Apesar de engordar, ela sempre negou a gravidez.
A estudante saiu da casa dos pais em fevereiro do ano passado e foi morar com a avó, Itacy dos Santos, que havia sido atropelada e morava sozinha.
Na madrugada de ontem, ela fez o parto da criança sozinha. Era uma menina com 2,7 quilos. "A Célia a sufocou e a pôs na bolsa de couro", disse o delegado. A estudante afirmou que ela nasceu morta.
Em seguida, Célia começou a sangrar e chamou a avó. Itacy ligou para a mãe da estudante, Marina Teodoro dos Santos, 45, que a levou para o Hospital Municipal de Santo André.
Célia teria dito aos médicos que estava grávida de três meses e que talvez estivesse abortando. Um dos médicos a examinou e constatou que a dilatação de sua vagina só poderia ter sido provocada por um parto.
O médico chamou a PM. Os policiais desconfiaram da bolsa que a estudante carregava. Um deles resolveu revistar a bolsa e achou a criança morta.
O delegado foi chamado ao hospital. Célia lhe disse que não queria que seu namorado e seus pais soubessem que ela estava grávida e que, por isso, pôs a criança na bolsa.
No início da manhã de ontem, o médico legista Ricardo Cristofi constatou que a menina havia nascido com vida e que havia sido sufocada até a morte. Ele também encontrou uma hemorragia cerebral no bebê, o que poderia indicar um espancamento. Célia continua internada e vigiada por um PM.
Ela foi presa sob a acusação de infanticídio e ocultação de cadáver. Caso seja condenada, a estudante pode ser condenada até nove anos de prisão -três pela ocultação de cadáver e seis pelo infanticídio.

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