São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 1994
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Estrelas do sexo buscam espaço em filmes sérios

GABRIEL BASTOS JUNIOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Traci Lords foi uma das mais belas, atuantes e polêmicas atrizes do cinema pornô norte-americano. Agora seu nome vem crescendo em produções "conservadoras" e seu único desejo é desenvolver sua carreira como "atriz séria". O resultado pode ser visto em "Intenção de Matar", seu mais novo filme lançado em vídeo no Brasil. Como Traci, muita gente tenta abandonar o sexo nas telas para mostrar seu talento dramático.
Mas o caminho fora do pornô não é fácil para quem ficou marcada por atuações de sexo explícito. Geralmente as estrelas "hardcore" (como são chamados os filme explícitos) têm que amargar papéis insignificantes, produções B e mudanças de nome artístico.
Traci é a mais bem-sucedida. Foi coadjuvante em comédias como "Cry-Baby", trabalho elogiado do diretor alternativo John Waters que contava com Johnny Depp no papel principal. Fez também filmes de terror como "O Vampiro das Estrelas", remake de um filme de Roger Corman da década de 60. Agora chega como estrela em "Intenção...", que mistura tiros, explosões e artes marciais.
Outra que vem batalhando seu lugar ao sol é Ginger Lynn. Considerada a rainha do pornô na década de 80, abandonou a carreira, namora Charlie Sheen (de "Os Três Mosqueteiros") e pode ser vista numa figuração destacada no filme "A Prostituta", em que contracena com Theresa Russel (de "O Mistério da Viúva Negra"). Sem falar na série "Loucademia de Mulheres", em que faz o papel principal nos três filmes.
Um dos casos mais famosos e pioneiros de atuação nos dois lados do cinema é Marilyn Chambers. Na década de 70 ela era figurante em filmes como "O Corujão e a Gatinha" (com Barbara Streisand) e anúncios da linha de sabonetes Ivory. Até que em 1972 protagonizou "Atrás da Porta Verde", considerado um clássico pornô por revistas como a "Hustler". Depois abandonou o sexo explícito e trabalhou com David Cronemberg em "Enraivecida". Na década de 80 voltou ao "hardcore". Atualmente faz filmes eróticos ("soft", sem sexo explícito) para o canal Playboy americano.
A lista continua. Kristine De Bell trabalhou com os diretores Ivan Reitman (de "Caça-Fantasmas") em "Meat Balls", e com Paul Mazurski (de "Luar Sobre Parador") em "Willie & Phil –Uma Cama Para Três". Isso depois de "Alice no País das Maravilhas Eróticas".
Muito comum é mudar de nome para atuar nos dois lados de Hollywood. April Rayne prefere o nome de Andrea Naschak para produtores tradicionais. Da mesma forma, Madison virou Madison Stone para fazer o impagável "humorror" de "Magias do Mal", com David Carradine. E por aí vai...

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