São Paulo, domingo, 27 de março de 1994
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Helicópteros congestionam céu de SP

LUIZ CARLOS DUARTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A nuvem de helicópteros que vai sobrevoar hoje o céu de São Paulo, rumo ao autódromo de Interlagos (zona sul), é candidata a figurar no "Guiness".
Serão 48 aparelhos e aproximadamente 700 operações de pouso e decolagem em cerca de dez horas. Um possível recorde planetário.
O espetáculo é sintomático da expansão do uso dessa máquina na cidade, que figura entre as cinco principais metrópoles do mundo em número de helicópteros.
Segundo o DAC (Departamento de Aviação Civil), São Paulo conta hoje com 179 helicópteros. Mas crescem também vertiginosamente as diferentes possibilidades de usá-los. A agência do Itaú no Ibirapuera (zona sul), na av. Brig. Luís Antônio, recebe em seu heliponto dois clientes que costumam ir ao banco de helicóptero.
As empresas de segurança estudam a possibilidade de transportar valores pelo ar para fugir dos assaltos. Além das operações de resgate e salvamento da PM, aumentam os serviços de atendimento médico, incluindo salvamento nas estradas (leia texto ao lado).
Inclua-se ainda a movimentação dos "plínios", jovens bem-nascidos que adotaram o helicóptero como o símbolo preferido de status.
O aumento da frota preocupa especialistas. "O tráfego é bem ordenado, mas há problemas com a profusão de helipontos clandestinos ou irregulares", diz o coronel Hélio Rosa, que trabalha como consultor de aviação depois de atuar 36 anos na Aeronáutica (veja quadro ao lado).
Segundo Rosa, de todos os hospitais na cidade, somente dois possuem helipontos homologados –o Hospital das Clínicas e o Gastroclínicas. Os demais estão se preocupando em construir helipontos ou acabam improvisando áreas para pousos de emergência.
Segundo a Aeronáutica, existem na cidade 36 helipontos legalizados. "É um número muito pequeno. São Paulo necessita de muito mais", diz Cleber Mansur, 44, piloto da TV Globo. Ele sugere que a legislação crie multas para aplicar nos responsáveis pelos helipontos irregulares. "Eles põem em risco as operações", afirma.

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