São Paulo, domingo, 27 de março de 1994
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Proposta tem 14 mil emendas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

CPI não impede emendas
Caso o governo envie para o Congresso a nova proposta orçamentária para 1994, os parlamentares irão alterá-la com emendas que beneficiam suas bases políticas, repetindo um procedimento criticado pela CPI do Orçamento. Cada parlamentar terá direito a apresentar 25 emendas. No total, o relator da Comissão de Orçamento, deputado Marcelo Barbieri (PMDB-SP), terá que analisar cerca de 14 mil emendas.
Um dos campeões na apresentação de emendas para o Orçamento de 1993, o deputado Nilson Gibson (PMN-PE), vai atender as solicitações dos nove municípios de sua base eleitoral e ainda as reivindicações do Poder Judiciário de Pernambuco. "Não abro mão das emendas, pois tenho que beneficiar meus municípios", disse Gibson à Folha. Entre as prioridades do deputado, estão a perfuração de poços artesianos, a construção de barragens e de postos de saúde.
Investigado e inocentado pela CPI do Orçamento, o deputado Gedel Vieira Lima (PMDB-BA) também já está preparando suas 25 emendas ao Orçamento Geral da União. "Não vou deixar de apresentar emendas, pois estaria assumindo que minha conduta é condenável", avalia o deputado.
Ligado a 14 prefeituras do interior baiano, Vieira Lima quer destinar recursos para obras de saneamento, construção de postos de saúde e restauração de estradas. "Minhas emendas não são paroquiais, pois não destinam dinheiro para a construção de igrejas", diz.
O senador Ney Maranhão (PRN-PE) não esconde que a destinação de suas emendas tem objetivos unicamente eleitorais. "Eu e todo mundo agimos assim. Quem diz que não faz assim é porque já está com a votação garantida", afirma. Maranhão dará prioridade à construção de açudes e poços nos municípios que formam a sua base eleitoral em Pernambuco.
Ex-ministro do Bem-Estar Social do governo Itamar, o deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA) também vai "procurar os prefeitos para atender suas prioridades". Em campanha para o governo da Bahia, Jutahy Júnior disse que vai priorizar o atendimento dos municípios onde é votado.

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