São Paulo, domingo, 27 de março de 1994
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Efeitos externos

DEMIAN FIOCCA

Os acontecimentos desta conturbada semana ilustram um aspecto que vem ganhando relevância na economia brasileira, qual seja, sua crescente interligação aos mercados internacionais.
À medida que avança a liberalização comercial, que aumenta a participação de capital externo na Bolsa de Valores e cresce a captação de recursos no exterior, por parte de bancos e empresas brasileiras, é natural que os eventos internacionais tenham aqui um maior impacto.
A elevação dos juros nos Estados Unidos e o assassinato do candidato do partido governista (PRI) às eleições presidenciais do México somaram-se aos fatores internos para estimular a saída de capital das Bolsas brasileiras.
Segundo projeção da consultoria MB Associados, as entradas de quase US$ 880 milhões de fevereiro poderão reverter-se em saídas líquidas de US$ 80 milhões no mês de março.
A evidência de que fatores externos concorreram para este resultado está no fato de que as Bolsas dos principais países latino-americanos tiveram um comportamento similar frente aos acontecimentos destes últimos dias.
Na distante visão do mercado, uma crise no México é generalizada como "instabilidade na América Latina".

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