São Paulo, segunda-feira, 28 de março de 1994
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Programa não foi votado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A proposta de programa de governo do PMDB não oferece qualquer solução para o controle da inflação e a estabilização da economia.
O partido propõe a flexibilização dos monopólios estatais, a participação do setor privado na previdência e o ensino superior pago –ao contrário do que defendeu no Congresso constituinte em 1988– temas que geram resistência no grupo quercista.
"Será impossível aprovar um programa bom nesse momento, porque ele virou plataforma de candidato", disse o senador Ronan Tito (MG), coordenador do grupo que elaborou a proposta.
A convenção realizada ontem não aprovou o programa por falta de quórum. Nova votação foi marcada para 21 de abril, dois dias antes da escolha do candidato do PMDB à Presidência.
A execução da maior parte das propostas do PMDB não compete ao Executivo, mas sim ao Congresso.
Metas como mudanças no monopólio estatal, na Previdência e no custeio do ensino, voto distrital misto, controle do Judiciário e fidelidade partidária dependem de mudanças na Constituição.
Na revisão constitucional, esses temas têm gerado divergências entre os peemedebistas.
Mesmo apresentadas de forma genérica, as propostas sofreram bombardeio de setores ligados a Quércia.
Estudantes e sindicalistas foram à convenção com faixas em defesa do ensino gratuito e do monopólio da Petrobrás, enquanto gritavam o nome de Quércia.
A idéia de flexibilizar o monopólio, em áreas como telecomunicações e exploração do petróleo, é baseada em proposta feita há dois anos pelo então senador Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP).
Segundo o projeto, o governo continuaria a deter o controle sobre esses setores, mas poderia autorizar a atuação de empresas privadas em conjunto com as estatais.

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