São Paulo, segunda-feira, 28 de março de 1994
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Novidades são bem recebidas

DA REDAÇÃO

Cursinhos, colégios e alunos receberam as novidades da Fuvest com euforia. "São inteligentes", elogia Miguel Dias Perez, 41, coordenador do curso Quásar. "Foram ótimas", concorda Patrícia Miranda, 18, aluna do curso. Para Olavo Franco Neto, 19, estudante do Stokler Vestibulares, o exame se tornou mais "justo".
Mas alguns ainda discordam dessas mudanças. "Acho que deveria ter todas as matérias na segunda fase", reclama Flávia Gasparello Caldo, 19, que estuda no curso Tales.
Lista de livros
A nova relação de obras de leitura obrigatória (veja quadro acima) foi classificada como "mais gostosa de ler" pelos alunos. "Gostei da lista. Bem mais moderna", diz Patrícia. "A lista pode ser maior, mas os livros são ótimos", resume.
Já o professor Perez discorda: "Acho um absurdo obrigar a leitura de dez livros. A literatura de língua portuguesa tem entre 30 e 40 obras, pelo menos, que os alunos devem ler durante sua vida escolar".
O diretor Pinho Filho diz que "a Fuvest atendeu um apelo dos professores do segundo grau, que gostariam que o exame tivesse não uma relação de autores, mas de obras para que eles pudessem estabelecer um programa de leitura que se iniciasse pelo menos no últimos anos do secundário".
O vestibular deve, a partir deste ano, ter entre 8 e 12 livros e agora inclui autores vivos –José Saramago, com "Memorial do Convento", e Rubem Fonseca, com "A Grande Arte", por exemplo. Nelson Rodrigues também é novidade, com "Vestido de Noiva". No total, há cerca de 70 obras que farão rodízio.
A reformulação na lista deve beneficiar os vestibulandos, diz o diretor. "Muitos candidatos só lêem literatura quando se preparam para o vestibular. Pegar pela primeira vez um livro sem qualquer vinculação com sua experiência cotidiana ou livros com um vocabulário arcaico vai fazer com que ele adquira um horror pela literatura", diz Pinho Filho. "Então é preciso colocar também textos agradáveis, que prendam sua atenção."

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