São Paulo, terça-feira, 29 de março de 1994
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Demolição de vila no centro de São Paulo é interrompida

DA REPORTAGEM LOCAL

Entidades do patrimônio histórico municipal e estadual conseguiram ontem parar as demolições das casas da Vila Itororó, região central de São Paulo. Cinco das 40 habitações do conjunto, que está provisoriamente tombado, foram destruídas.
As moradias começaram a ir ao chão na semana passada por ordem do proprietário, a Santa Casa de Indaiatuba. A vila, na rua Martiniano de Carvalho, não poderia ter sido demolida devido ao processo de tombamento. A Vila Itororó foi construída com materiais de demolição nos anos 20 pelo mestre-de-obras português Francisco Castro.
Diferentemente de outras vilas do mesmo período, a Itororó foi erguida num terreno acidentado. O edifício principal lembra um castelo com estátuas e colunas retiradas de casarões demolidos.
O diretor do Departamento de Patrimônio Histórico da cidade, Marcos Faerman, afirmou que a idéia é desenvolver um projeto conjunto com o Estado para revitalizar a vila.
Sueli de Bem, diretora do serviço técnico do Condephaat (conselho de defesa do patrimônio histórico estadual), disse que o principal problema é o fato de no local morarem muitas pessoas. "A Vila Itororó foi projetada para habitação e deve ser respeitada essa característica", afirmou.
Os dois órgãos estudam a possibilidade de pedir à Santa Casa de Indaiatuba a reconstituição das casas destruídas. Maria Cândida Sampaio, procuradora da Santa Casa que teria ordenado a demolição, não foi encontrada ontem em sua casa e nem no trabalho. (VA)

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