São Paulo, quarta-feira, 30 de março de 1994 |
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Gênero nasce no século 6 a.C.
MARCO CHIARETTI
Segundo o filósofo grego Aristóteles, em sua "Poética", a tragédia visava, através da criação de sentimentos de terror e piedade no espectador, a "purificação" (a catarse) destas emoções. O público, vendo a peça, libertava-se dos males que o afligia, males, que na verdade, eram os da cidade, vistos através dos olhos do autor: a morte, a dor, a falta de justiça, a inevitabilidade do destino. Há dúvidas quanto à origem histórica da tragédia. Para Aristóteles, o gênero nasceu do ditirambo, canto coral executado em homenagem ao deus Dionísio. A versão aristotélica, que privilegiava certos aspectos da tradição, mais racionais, em detrimento de outros, foi posta em dúvida, ao menos em parte, no século passado. O filósofo alemão Friedrich Nietzsche, por exemplo, ampliava o caráter satírico da origem da tragédia e destacava a importância da música. No século 5 a.C., consolida-se a idéia de um ciclo, composto por três tragédias e um drama satírico. Os autores apresentavam-se com suas obras para um concurso. Cada ciclo durava um dia inteiro. Ao final, proclamava-se um vencedor. Os maiores nomes da tragédia grega são os de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Com Ésquilo, a cidade de Atenas, então em seu período de maior poder, será o centro da produção trágica. É ele que formulou sua divisão em partes: o prólogo, o párodo, os episódios recitados, intercalados pela fala do coro e o êxodo. É ele também que introduz um segundo ator, priorizando o diálogo sobre a participação do coro. Sófocles, o autor de "Édipo Rei", introduz a figura do terceiro ator. Eurípedes praticamente elimina a ligação temática entre as obras da trilogia original. É o último dos grandes trágicos gregos. Texto Anterior: Conheça o enredo Próximo Texto: Folha distribui cem convites Índice |
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