São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 1994
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Estudante cai em poço de elevador da USP

DA REPORTAGEM LOCAL

O estudante do segundo ano de filosofia da USP Moisés da Silva Santos, 26, caiu ontem do sexto andar do bloco D do Crusp (conjunto de alojamentos dos estudantes) no poço de um dos elevadores do prédio. O rapaz foi levado para o Hospital Universitário, no campus da USP, e transferido para o Hospital das Clínicas, com suspeita de lesão na medula óssea.
O acidente na Cidade Universitária (zona sul) aconteceu pouco antes das 19h. Segundo colegas do estudante, Santos teria aberto a porta no sexto andar sem que o elevador estivesse lá. Caiu de uma altura de quase 20 metros no poço.
A estudante Badra Campos de Oliveira, 16, colega de Santos, diz que o defeito no elevador havia sido comunicado ao Coseas (Coordenadoria de Saúde e Assistência Social), responsável pela administração dos alojamentos.
O estudante do quarto ano de geografia Fábio Rodrigues, 29, diz que os elevadores do alojamento costumam circular no escuro, com as lâmpadas queimadas. "É um hábito entrar nos elevadores sem verificar se tem luz ou não".
A assessoria de imprensa da USP reconhece os problemas de infra-estrutura do bloco D do Crusp, mas informa que o alojamento, oficialmente, está "interditado". Até o ano passado funcionavam no prédio o Museu de Antropologia e Etnologia e o IEB (Instituto de Estudos Brasileiros).
As duas instituições foram transferidas para outras áreas do campus e os estudantes passaram a reivindicar a ocupação imediata do prédio. Segundo a assessoria de imprensa da USP, desde então ficou constatado que o bloco D necessitava de uma ampla reforma antes de ser liberado para os universitários.
O prédio foi invadido em maio, quando a transferência do museu e do IEB ainda não havia sido concluída. A assessoria de imprensa da USP estima que 30 estudantes ocupem o prédio, todos concentrados no sexto andar.
Segundo a assessoria, os estudantes estão por sua "conta e risco" no prédio e o Coseas não pode ser responsabilizado pelo que acontece lá, já que o bloco D está interditado até que sejam iniciadas as reformas (em fase final de licitação). Após o acidente de ontem, foram colocadas faixas de isolamento diante do elevador, que não foi desligado e continuava a circular sem luz.

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