São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 1994
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Ovo de Páscoa representa o renascimento

FEDERICO MENGOZZI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Afinal, quem surgiu primeiro, o coelho ou o ovo de Páscoa? A questão é controversa. Se está claro que o coelho e o ovo pouco têm em comum, é também evidente que representam a fertilidade e são os principais símbolos das comemorações da ressurreição de Jesus. A Páscoa cristã incorporou o sentido dos ritos pagãos que festejavam a chegada da primavera. Ou seja, o triunfo da vida sobre a morte.
O ovo, mais que o coelho, está presente na Páscoa de quase todos os povos cristãos. Para alguns, simbolizaria a ressurreição de Cristo. Para outros, a ênfase nos ovos não significaria mais que a alegria pela volta do alimento à mesa, já que seu consumo era proibido durante a Quaresma. Em Budapeste, um museu guarda mais de 10 mil ovos de Páscoa.
Os povos do Leste Europeu pintam ovos de aves durante os meses frios e os distribuem na Páscoa. O costume é antigo, remontaria aos egípicos e persas. Conta-se que até pintores importantes, como os franceses Antoine Watteau e Nicolas Lancret, teriam pintado ovos que Luís 14 distribuiria à corte. E são famosos os ovos que o ourives Peter Carl Fabergé fazia para a realeza russa por ocasião da Páscoa.
As crianças de todo o mundo acreditam que os ovos foram trazidos pelo coelho da Páscoa, embora na França se diga que os sinos das igrejas é que vão a Roma para trazê-los. Na Alemanha, ovos de verdade são pintados e escondidos no jardim. Na Espanha, registram-se festas com a "queima do Judas" –no domingo, e não no sábado– ou a "descida do anjo" –um menino vestido de anjo retira o véu que cobre o rosto da Virgem.
Comer pãezinhos em forma de cruz é outro hábito derivado das festas pagãs, embora na Páscoa sejam associados à cruz do martírio de Cristo. Os espanhóis vão às romarias e comem "culecas", "hornazos" e "monas".
No Brasil, como em outros países católicos, a Páscoa é o último ato da Semana Santa, que começa com o Domingo de Ramos e chega à essência do drama cristão na Sexta-Feira Santa. Em Minas, as procissões e liturgias revivem os tempos do Brasil colonial. Em Goiás, Goiás Velho e Planaltina revivem a via-sacra pelas ruas. Já em Pernambuco, a Paixão de Cristo de Nova Jerusalém atrai até visitantes do exterior.

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