São Paulo, sexta-feira, 1 de abril de 1994 |
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Prefeituras da Baixada Santista têm esquema especial contra o cólera
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS As prefeituras da Baixada Santista montaram esquemas especiais para orientação de moradores e de turistas durante o feriado, em razão dos casos de cólera na região.Em São Vicente, além dos técnicos da Vigilância Sanitária, homens do Exército e da Cruz Vermelha estarão percorrendo a orla marítima. A idéia é impedir o comércio ambulante de pescados. "Como não se sabe a procedência do produto, precisamos evitar que ele seja vendido", disse o chefe da Vigilância Sanitária, Alfredo Scaff. Em Guarujá, cartazes e panfletos serão distribuídos nos restaurantes, shoppings centers e na balsa que liga a cidade a Santos. Em Santos, diversas unidades da saúde manterão plantão 24 horas para atendimento de casos suspeitos e para distribuição de hipoclorito de sódio. Folhetos sobre como se prevenir da doença foram distribuídos nos locais que comercializam peixe na cidade. Eles devem ser entregues junto com o produto para os consumidores. Dois comunicados públicos do governo do Estado com quase um ano de diferença prometem a realização das mesmas obras em São Vicente (SP). O primeiro é um anúncio veiculado em 24 de abril de 93, o segundo é um texto para imprensa de 18 de março passado. O anúncio de abril de 93 foi publicado apenas depois do aparecimento do primeiro caso de cólera no município. Nele, o governo anuncia que seria antecipada a construção de redes coletoras de esgoto nos bairros Japuí e Tancredo Neves –conjunto onde vivem cerca de 15 mil pessoas. Divulga também o custo das obras –US$ 2,3 milhões no Japuí e US$ 3,5 milhões no Tancredo Neves. O segundo comunicado, feito pela Sabesp há 15 dias, após o surgimento do atual surto da doença no município, promete as mesmas obras. Diz que elas começariam "até o final do mês de março" e traz exatamente o mesmo custo. Para o prefeito do município, Luiz Carlos Luca Pedro (PT), trata-se de "propaganda que pode ser classificada como enganosa e de caráter eminentemente político". O presidente da Sabesp, Appolonio Neto, afirma que a demora de 11 meses entre um comunicado e outro deve-se ao prazo necessário para licitação da obra e conclusão do projeto. Durante visita do governador Luiz Antonio Fleury Filho (PMDB) à Praia Grande, onde inaugurou anteontem um emissário submarino, Appolonio Neto disse que as obras estavam sendo iniciados naquele dia. "Estamos cumprindo o conograma anunciado", afirmou. O prefeito de São Vicente disse ontem que nenhuma obra havia sido iniciada. São Vicente é o município da Baixada Santista com maior número de casos de cólera confirmados pelo instituto Adolfo Lutz. Desde abril de 93, 14 pessoas se contaminaram. Uma pessoa morreu. A prefeitura afirma que apenas 20% do município é servido por rede coletora de esgoto. Texto Anterior: Cresce movimento nas estradas Próximo Texto: Supermercados vão abrir amanhã Índice |
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