São Paulo, segunda-feira, 4 de abril de 1994
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Policiais negam as acusações

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O coronel Norival Gonçalves, chefe da Assistência Militar da Assembléia Legislativa, disse, ao depor no IPM (Inquérito Policial Militar), que recebeu um pedido do administrador do clube Sírio-Libanês de Santos para que os bombeiros enchessem a piscina do clube.
Ele afirmou que retransmitiu o pedido ao major Waldir Losso e que não ficou sabendo de mais nada do que aconteceu. O coronel Arnaldo Ferreira Barreto, ex-comandante do 6.º Grupamento de Incêncio, disse que recebeu um telefonema do coronel Gonçalves e que negou o pedido. Disse não saber porque o major Losso o autorizou.
O major disse que "recebeu orientação" do coronel Gonçalves para encher a piscina do clube e que a passou para o capitão Cláudio Carquejo Rodrigues de Oliveira. O major afirmou que não sabia das falsificações de documentos.
O capitão também disse que retransmitiu a ordem, desta vez, para o tenente Salvador Alves Diniz Filho. Ele afirmou que "montou os documentos da averiguação" para que o caso não chegasse à imprensa e ela não "explorasse negativamente a imagem da PM".
O tenente disse que só cumpriu ordens superiores e atribuiu ao presidente da Sabesp, Luiz Appolônio Neto, 45, a responsabilidade pela tentativa de abafar o caso. Appolônio Neto considerou a acusação "absurda" e disse que irá processar o capitão.
O delegado regional Manuel Luis Ribeiro Junior, chefe da Polícia Civil na Baixada Santista, disse que não poderia ter impedido a prisão em flagrante dos PMs que estavam desviando a água porque só ficou sabendo do caso no dia seguinte à detenção dos acusados. O delegado disse que se negou a atender o pedido da PM para que não instaurasse inquérito.

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