São Paulo, segunda-feira, 4 de abril de 1994
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Especialista indica 'troca' de CDB por CDI

DA REDAÇÃO

Com a inflação em alta, os CDBs perderam sua atratividade. É que a taxa de aceleração dos preços, incerta nesses dias, pode ganhar da taxa de juros da aplicação. Além disso, o mercado financeiro teme que o governo adote uma tablita quando a moeda passar de cruzeiro real para real.
Por isso, os especialistas estão indicando os fundos de investimento, com preferência para os fundos DI e de commodities. Mas, para investidores com o bolso recheado, há uma modalidade de CDB que elimina os riscos da alta da inflação e também da diminuição dos juros que pode ser provocada por uma tablita.
Eugenio Bergamo, diretor do Banco Schahin Cury, diz que a melhor aplicação para o momento é o CDB (Certificado de Depósito Bancário) com "swap" (troca) por CDI (Certificado de Depósito Interbancário). "Se for adotada uma tablita sobre os CDBs, essa aplicação está protegida", afirma.
O CDB tem prazo médio de 30 dias. Já o CDI, que é um papel negociado apenas entre as instituições financeiras, tem prazo de um dia. É uma espécie de overnight. Na operação de "swap", o banco pode trocar o CDB por CDI.
Bergamo diz que a aplicação recomendada permite acompanhar o dia-a-dia dos juros no mercado financeiro. Se houver uma subida nas taxas de juros não haverá perda para o cliente, afirma.
Ele observa também que a aplicação dá uma garantia ao investidor contra as incertezas da inflação em abril. O CDB com "swap" em CDI permite ao investidor participar da festa dos juros reais.
No Banco Schahin Cury, a operação de CDB com "swap" pelo CDI é feita para quem quer aplicar, no mínimo, US$ 15 mil. "É um produto adequado para esse período de transição para a nova moeda", afirma Bergamo.
Já o diretor de investimentos do Citibank, Luis Eduardo Assis, afirma que o investidor deve evitar papéis indexados em IGP-M. Ele explica que os preços no atacado, que têm um peso relevante na composição do IGP-M, tendem a ter reajustes menores do que os de custo de vida.
Na Argentina, exemplifica, os preços no atacado subiram menos do que os de custo de vida, pois ficaram mais vulneráveis às importações.
Segundo Assis, a melhor opção para o investidor é ficar em aplicações de curto prazo. O motivo são as altas taxas de juros do momento. Dólar no paralelo nem pensar, afirma, pois o Banco Central tem um controle completo do mercado cambial e as taxas de juros estão acima da inflação.

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