São Paulo, segunda-feira, 4 de abril de 1994
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Trovão se "atrasa" em corrida entre som e luz

KATHY WOLLARD

O trovão é o som que o raio produz quando se lança ao ar. Mas vemos o raio antes de ouvir o trovão porque as ondas de luz viaja muito mais rápido que as ondas sonoras.
Qualquer som viaja pelo ar à velocidade de cerca de 330 metros por segundo –praticamente 20 km por minuto. Parece bem rápido, não? Mas a luz voa a aproximadamente 300 km por segundo. Em distâncias pequenas esta diferença não interfere. Você vê as coisas e ouve seu som ao mesmo tempo.
Mas quando você vê e ouve algo distante, seus olhos podem captar a luz do acontecimento antes que seus ouvidos sejam atingidos pelo som. Faça uma experiência com um amigo. Vá para um parque, e fique longe de seu amigo mais ou menos 330 metros. Peça a ele que dê uma forte batida em um latão de lixo. Surpresa! Você verá ele bater no latão e um segundo depois ouvirá o som.
Por que a diferença entre luz e som? As ondas sonoras precisam de algum suporte material –como o ar– para se locomover. Quando seu amigo bate no latão de lixo, faz moléculas de ar vibrarem, em uma longa progressão desde a lata até o seu ouvido. O que chamamos onda sonora é uma vibração que se transfere de um meio a outro –da lata para o ar, depois do ar ao tímpano.
Mas com a luz é outra história. A luz é feita de partículas chamadas fótons. Fótons de luz viajam no vácuo a 300 mil km por segundo. Assim, vemos a luz quase exatamente quando ela surge. Se o relâmpago está nas imediações (tomara que não!), ouviremos também o trovão quase imediatamente. Mas se o raio brilha lá longe, a 15 km, o estrondo vai levar quase um minuto para chegar. Assim, contando os segundos que separam a visão do raio do trovão, você pode ter uma boa idéia da distância do relâmpago. Um segundo entre raio e trovão significa mais ou menos 330 metros. Dois segundos significam 660 metros, e assim por diante. Uma fração de segundo, e o relâmpago pode ter acontecido pertinho.

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