São Paulo, quarta-feira, 6 de abril de 1994
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PSDB e PFL fecham com filho de ACM

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA EDA REPORTAGEM LOCAL

As direções do PSDB e do PFL decidiram optar pelo nome do deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), filho do ex-governador baiano Antônio Carlos Magalhães, para ser o companheiro de chapa de Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP).
Tasso Jereissati, presidente do PSDB, deve conversar hoje com Luís Eduardo. Vai formalizar o convite para ele ser o vice de FHC.
Jereissati também vai confirmar ao presidente do PFL, Jorge Bornhausen, a decisão dos tucanos de se aliarem a seu partido.
Segundo o senador Fernando Henrique disse ontem à Folha, Jereissati já está autorizado propor a aliança "em torno de um programa comum".
A escolha do deputado baiano para vice de FHC foi discutida ontem entre Pimenta da Veiga, integrante da direção do PSDB, e Bornhausen.
O dirigente do PFL disse a seu colega tucano que já tem pronto esboço do programa pefelista, cuja versão definitiva deve estar pronta até o final desta semana.
A indicação do companheiro de chapa do candidato tucano foi marcada por intensa discussão no PSDB e no PFL.
Desde o início, Luís Eduardo era o candidato preferido por FHC. Mas havia resistências tanto no PSDB como no PFL.
Entre os pefelistas, existiam setores que defendiam os nomes do senador Marco Maciel (PE), dos deputados pernambucanos Gustavo Krause e Roberto Magalhães, e do ex-governador catarinense Vilson Kleinubing.
Líderes do PFL temiam que com a indicação de Luís Eduardo fosse ampliado o poder do ex-governador Antônio Carlos Magalhães dentro do partido.
Diante das dificuldades que surgiam para confirmar seu filho, ACM ameaçou não mais apoiar a campanha do candidato do PSDB.
"O nome de Luís Eduardo já é consensual no partido", disse ontem o senador Marco Maciel para afastar qualquer tipo de dúvida.
Os peessedebistas da Bahia, adversários políticos de ACM, e de outros Estados ameaçam se rebelar contra a decisão da direção partidária (leia texto abaixo).
Hoje, Tasso Jereissati também deve se reunir com o presidente do PP e ex-governador do Paraná, Álvaro Dias, a fim de apressar a entrada do partido na coalizão.
O acordo com Dias só será acertado caso o PSDB apóie a candidatura do ex-governador ao governo do Paraná. Para isso, ainda terá que haver uma etapa de negociações envolvendo o senador José Richa (PSDB-PR).
Ontem, o próprio FHC conversou com o presidente do PTB, senador José Eduardo Andrade Vieira. Mas o senador, que também pretende concorrer à Presidência da República, adiou para maio a negociação sobre alianças.
Ontem o deputado Maurílio Ferreira Lima (PSDB-PE) apresentava o desejo do ex-presidente José Sarney em disputar a sucessão de Itamar Franco como argumento para se definir as alianças dos tucanos.
"O lançamento da candidatura Sarney é um problema. Se ele perde a vaga para o Quércia, tudo bem, vem nos apoiar. Mas se ganhar no PMDB, leva o PFL para sua campanha. Temos que garantir agora o apoio do PFL", disse Ferreira Lima.
O deputado José Aníbal (PSDB-SP) –ligado ao ao grupo do senador Mário Covas– também concorda que se apresse a definição sobre alianças. Mas por outro motivo: "É hora de o PSDB sinalizar claramente para o eleitorado com quais partidos fará campanha".

GILBERTO DIMENSTEIN e TALES FARIA, da Sucursal de Brasília, e EMANUEL NERI, da Reportagem Local

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