São Paulo, quinta-feira, 7 de abril de 1994 |
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Programa de Quércia critica PT e PSDB
MÁRIO SIMAS FILHO
Em sua proposta preliminar, Quércia afirma que para se desenvolver o país precisa tornar-se competitivo no mercado externo. Para isso, promete investir em pesquisas e educação, bem como explorar ao máximo a capacidade produtiva de cada região do Brasil, através de parcerias do Estado com empresários e trabalhadores. O ex-governador apregoa a descentralização da saúde, da educação e da política habitacional. Em seu programa, Quércia afirma que é preciso que o Estado crie uma política de desenvolvimento que permita a concessão de créditos aos setores produtivos. "Para que possamos voltar a investir não se pode permitir que esses setores estejam sujeitos aos juros de curto prazo", disse. Segundo Quércia, "hoje, os técnicos do governo são candidatos a banqueiros. O que precisamos é que os bancos financiem o desenvolvimento do Brasil". Ele defendeu a manutenção dos monopólios do petróleo e das telecomunicações. Em sua proposta preliminar, o ex-governador não cita uma única vez a expressão reforma agrária. Quércia defende a priorização da construção de infra-estrutura, basicamente transportes e portos, para gerar o desenvolvimento agrícola. Ontem, Quércia apresentou sua proposta de governo para cerca de 200 sindicalistas de 23 Estados, todos ligados ao PMDB. O documento lido pelo ex-governador tem 17 páginas e refere-se ao PT como um partido que representa "a elite dos trabalhadores industriais". O documento afirma que o PT está "despreparado para o exercício do poder" e que "não dispõe de peso político e social para assegurar a governabilidade". Quanto aos tucanos, Quércia os define como "corifeus do ultra-liberalismo (sic) excludente", que não incorporam as massas trabalhadoras ao desenvolvimento do capitalismo. Segundo Quércia, o plano FHC criou uma situação que hoje o Brasil "tem preços de Paris com salários de Uganda". O ator Milton Gonçalves, pré-candidato do PMDB ao governo do Rio, afirmou que o documento será levado para discussão em todos os Estados. (Mário Simas Filho) Texto Anterior: Vidente 'prevê' vitória de Sarney Próximo Texto: Ex-governador é denunciado Índice |
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