São Paulo, quinta-feira, 7 de abril de 1994
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PSDB e PFL tentam amenizar reações

GILBERTO DIMENSTEIN
DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Todas as principais lideranças do PSDB, entre elas o ex-ministro Fernando Henrique Cardoso, e do PFL informam que a aliança entre os dois partidos é um fato consumado e que a vaga de vice só deixará de ir para o deputado Luís Eduardo Magalhães caso aconteça algum imprevisto.
Mas, até o anúncio formal, há uma estratégia de comunicação para amenizar impactos negativos.
A cúpula do PSDB está preocupada com as acusações de que o PSDB estaria fazendo concessões à fisiologia, ao aliar-se ao PFL.
Daí, ontem, seguindo um cronograma, os presidentes dos dois partido, Tasso Jereissati e Jorge Bornhausen, reuniram-se para discutir programas administrativos.
Ambos os lados sabem que, programaticamente, não há divergências. Eles fecham na maioria das posições como liberalização da economia, quebra de monopólios, redução do tamanho do Estado, privatização e combate ao déficit público.
Mas o evento serviria para mostrar que a composição "prioriza" idéias e não acordos "menores". Misturar nomes, nesse nomento, seria reforçar a idéia de que a alinça do PFL com PSDB é um mero arranjo eleitoral, visando distribuir cargos.
O segundo passo é o anúncio da aliança propriamente dita, já que não houve divergências de programas, e, enfim, a escolha do nome.
O fato é que, pelos bastidores, o acordo com o PFL já está em andamento há vários meses. Desde o início, Fernando Henrique Cardoso mostrou preferência por Luís Eduardo Magalhães, filho do ex-governador Antônio Carlos Magalhães, garantindo ajuda em áreas onde o partido é fraco, como no Nordeste,
Em conversas de bastidores, surgem indícios de que há muito tempo já existe um entendimento secreto entre Antônio Carlos Magalhães e Fernando Henrique.
Plano
O ex-ministro sabe que sua sorte depende, em boa parte, do plano econômico, que ainda enfrenta esta ano embates no Congresso.
Nesses embates, o apoio do PFL é considerado vital, por dispor de uma bancada fiel. Já não se pode esperar o mesmo empenho do PMDB, de Orestes Quércia, capaz de criar problemas também por motivos eleitorais.
Desgaste
Na cúpula do PSDB, avalia-se que, se é para ter o desgaste do relacionamento com o PFL, melhor colocar na vaga de vice Luís Eduardo Magalhães, cujo pai tem popularidade na Bahia.
Temendo que Luis Eduardo fosse vítima de desgaste e percebendo existir divergência mesmo dentro do PFL, Antônio Carlos Magalhães mandou o recado de que poderia não entrar na campanha.

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