São Paulo, quinta-feira, 7 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Justiça proíbe destombamento de imóveis

VICTOR AGOSTINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protocolou, ontem, na Câmara Municipal, um pedido de audiência pública para que o secretário municipal da Cultura, Rodolfo Konder, esclareça sua política de destombamento do patrimônio histórico da cidade.
Na semana passada, todos os pedidos de revisão de tombamento feitos com base no decreto assinado pelo prefeito Paulo Maluf dia 19 de janeiro foram suspensos pela Justiça.
A juíza da 9ª Vara da Fazenda, Maria Adelaide de Campos França, considerou o decreto do prefeito ilegal e concedeu liminar proibindo a Secretaria da Cultura de promover qualquer destombamento ou revisão de tombamento.
A liminar concedida pela juíza foi pedida pela Promotoria do Meio Ambiente, a partir de uma solicitação da OAB.
Para Antonio Fernando Pinheiro Pedro, da OAB, o decreto é ilegal porque a prefeitura e a Secretaria da Cultura não podem revisar tombamentos –essa revisão não pode ser definida por decreto, e sim com legislação específica.
A reunião de hoje do Conpresp (órgão municipal que estuda os bens a serem tombados) foi cancelada. Na pauta, estava o destombamento de três imóveis.
Quando um imóvel é inserido na relação de bens em estudo para tombamento, ele fica indisponível para reformas ou demolição.
O filho do proprietário, Caio Marcondes Teixeira Filho, ficou perplexo com a decisão da Justiça. "Fizemos um orçamento e desistimos de reformar a casa. Só a reforma ficava por volta de US$ 1 milhão. Iríamos vender o casarão. Para a demolição faltava apenas o alvará", afirnou Teixeira Filho.

Texto Anterior: Italianos mostram como evitar roubo de carga
Próximo Texto: Arquiteto recebe apoio por assumir Aids
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.