São Paulo, quinta-feira, 7 de abril de 1994
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Listas incluem funcionários da PF

LUIZ CARLOS DUARTE
ENVIADO ESPECIAL AO RIO E DA SUCURSAL DO RIO

Nomes de vários funcionários da Polícia Federal foram encontrados ontem durante a primeira sessão de análise dos documentos apreendidos na quarta-feira da semana passada no escritório central do banqueiro do jogo do bicho Castor de Andrade, em Bangu (zona oeste do Rio).
Os documentos –17 livros-caixa e 160 disquetes– começaram a ser examinados ontem à tarde por procuradores do Ministério Público federal e estadual, em reunião realizada no Quartel General da Polícia Militar, localizado no centro do Rio.
Participaram da reunião, entre outros, o procurador-geral de Justiça, Antônio Carlos Biscaia, os procuradores federais Rogério Nascimento, Solange Mendes Souza, e o chefe do serviço reservado da Polícia Militar, coronel Marcos Paes.
A análise dos disquetes está sendo feita por peritos designados pelo Ministério Público estadual. Foram instalados ontem, no segundo andar do QG, 12 terminais computadorizados, com monitores de vídeo e impressoras.
Segundo a procuradora Solange, os nomes dos funcionários da Polícia Federal ainda precisam ser investigados, já que os livros-caixa mencionam nomes incompletos ou apenas sobrenomes.
Rogério Nascimento disse que o Ministério Público federal investiga quatro tipos de ilegalidades: contrabando de equipamentos de videopôquer ou videobicho, remessa ilegal de dinheiro para o exterior, tráfico de drogas internacional e corrupção de funcionários públicos.
Não foi divulgado publicamente nenhum novo nome de autoridade ou parlamentar que estivesse incluído nos livros e disquetes.
O procurador-geral de Justiça, Antônio Carlos Biscaia, escapou da reunião por saída alternativa, sem falar com os jornalistas.
Pela manhã, o presidente do Tribunal de Justiça, Antônio Carlos Amorim, criticou "a divulgação precipitada de nomes sem o prévio exame dos documentos".
Na quarta-feira, foram divulgados os nomes do desembargador Álvaro Mayrink da Costa, os juízes Renato Simoni e César Augusto Leite , além do promotor Riscala Abdenur. Todos eles estariam na lista de pessoas que teriam recebido propinas dos bicheiros.

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