São Paulo, quinta-feira, 7 de abril de 1994
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Dissidência do PRI ataca novo candidato

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Democracia 2000, grupo dissidente do Partido Revolucionário Institucional (PRI), disse ontem que candidatura de Ernesto Zedillo à Presidência é "ilegítima".
Zedillo foi escolhido pela cúpula do PRI para substituir Luis Donaldo Colosio, assassinado no dia 23 passado com dois tiros em Tijuana, fronteira com os Estados Unidos.
Os familiares de dois dos cinco homens presos pelo assassinato de Colosio começaram uma greve de fome ontem em Tijuana.
Carmen Esquer, mulher de Vicente Mayoral e mãe de Rodolfo Mayoral, e seus filhos Martín e Araceli, protestam contra a prisão de ambos.
"É estúpido pensar que meu pai participaria de um crime e permitiria que seu filho menor fosse cúmplice", disse Araceli. Eles estão em presídio de segurança máxima próximo à Cidade do México.
Para o Democracia 2000, Zedillo é "débil". O atual presidente, Carlos Salinas de Gortari continuaria no comando efetivo do país.
O PRI enfrenta um racha interno entre conservadores e grupos que defendem a democratização interna do partido.
A principal crítica recai sobre o "dedazo", tradicional prática pela qual o presidente da República indica o candidato priísta à sucessão.
O PRI é acusado de se manter no poder desde 1929 por meio de fraudes.
Jornais mexicanos disseram ontem que as alas dissidentes do PRI estariam sendo investigadas sob suspeita de uma conspiração contra Colosio. Policiais também estariam sob investigação.
Todos seriam membros do Tucan (Todos Unidos Contra a Ação Nacional, referência ao PAN –partido que governa a Baixa Califórnia, onde fica Tijuana).
O Tucan, ao qual pertencem os quatro suspeitos já presos, é formado ex-policiais, demitidos em 1989, quando o PAN assumiu.
O candidato Zedillo disse que "os autores intelectuais" do crime deveriam ser presos. "Não basta prender os autores materiais."
Autoridades mexicanas anunciaram o nome do sexto acusado de cumplicidade no crime: Salvador Hernandéz Tomasini, membro da equipe de segurança de Colosio.
Segundo a Procuradoria-Geral, ele ainda não foi preso por falta de ordem judicial, mas será chamado a depor.

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