São Paulo, quinta-feira, 7 de abril de 1994 |
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Jubarte nada de lado, ergue cauda e faz acrobacias
CÉLIA PIROZZI
A baleia-jubarte é um espetáculo: salta, esguicha, nada de lado, ergue a cauda. Fica-se maravilhado com suas acrobacias, que são feitas próximas à embarcação. Parecem possuir um forte narcisismo. Por sorte dos turistas, essas apresentações ocorrem diariamente de julho a novembro, época que elas frequentam o arqipélago. A cada inverno que passam por Abrolhos, espalham canções pelo mar. É este dom para "compor" melodias, que mudam a cada estação, que leva cientistas a gravarem seu canto, na tentativa de explicar o fenômeno. Não se conhece nenhum outro animal, além do homem, com essa capacidade. As jubartes alimentam-se em águas frias e de altas latitudes durante o verão e, no inverno, migram para regiões quentes, como Abrolhos, para se reproduzir. Pesam cerca de 30 toneladas e medem em torno de 16 metros. Sua gestação dura de 10 a 12 meses. São excelentes mergulhadoras. Apesar de serem mamíferos de sangue quente e respiração pulmonar, conseguem reter a respiração de dez a 15 minutos em profundidades que variam de dez a 15 metros. Quando ameaçadas, mergulham a 50 metros e ficam mais de 20 minutos sem respirar. A indústria de caça da baleia é antiga. Teve seu apogeu nos séculos 18 e 19, quando seu óleo era usado para iluminar casas, lojas e ruas. A baleia-jubarte foi uma espécie muito ameaçada de extinção, por possuir certas características que a deixam à mercê dos caçadores: nada lentamente, perto da costa e rente à superfície. Embora protegidas da caça, captura ou outras formas de molestamento em águas brasileiras, através do decreto-lei 7.643/83, elas continuam sendo ameaçadas. Texto Anterior: Arquipélago tem 130 baleias Próximo Texto: Pesquisas nas ilhas começaram em 1987 Índice |
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