São Paulo, quinta-feira, 7 de abril de 1994
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Chuva não encobre luz própria de Seattle

SORAYA ABUD
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Seattle não merece a fama que tem de ser uma cidade triste onde os moradores chegam a bater o carro só para ter o que e com quem conversar. Localizada ao norte da costa oeste dos Estados Unidos, fronteira com o Canadá, no Estado de Washington, essa pretendente a metrópole tem não só uma vida cultural agitada como também a beleza e exuberância do lago Washington, que atrai todos os anos milhares de turistas.
O principal motivo encontrado para a fama de baixo astral de Seattle, comentado até mesmo pelos seus moradores, é que chove muito por ali –quase nove meses no decorrer do ano.
Mas, a cidade está estruturada para os dias sombrios e chuvosos. Tem uma infinidade de aconchegantes bares, restaurantes muito luxuosos em locais de fácil acesso e dezenas de teatros, museus e galerias de arte.
As melhores opções são no centro onde os imensos arranha-céus, tráfego intenso e poluição lembram muito São Paulo.
É realmente no centro da cidade onde tudo acontece. É lá onde você pode ver em uma esquina movimentada um autêntico grupo "grunge" discutindo algum problema americano ou simplesmente matando o tempo. Os barzinhos nas calçadas das principais ladeiras que acabam nos píeres também são ponto de encontro da juventude. Mesmo com chuva.
Na verdade, parece que os moradores não ligam mais para os pingos do céu e são poucos os que abrem o guarda-chuva.
Torres
Um dos pontos interessantes para ser visitado no centro é o Seattle Center. É uma torre com cerca de 190 metros de altura (o que equivale a um prédio de 60 andares) com um ponto de observação chamado Space Needle e um restaurante luxuoso.
A dica é subir na torre, que tem um elevador panorâmico, no início da noite quando se poderá observar as luzes da cidade serem acesas. O quadro que se forma lá de cima é singular, com o lago de moldura e o monte Rainer ao fundo, quase sempre com seu topo coberto de neve, mesmo no verão. O acesso à torre custa US$ 6 (CR$ 5,3 mil) por pessoa.
Se você quiser fotos panorâmicas de dia não precisa pagar novamente os US$ 6. Visite outro prédio logo ali perto, o Smith Tower (US$ 2/CR$ 1,7 mil por pessoa). O observatório construído no topo também oferece ampla vista do "skyline" da região. É ainda um ponto para meditação montado com obras de artes chinesas e móveis do século passado.
Fuja do subterrâneo
Agora, não caia no conto de visitar a cidade subterrânea de Seattle. Alguns shoppings até têm lojas abaixo do nível da rua mas nem pense em encontrar algo parecido com o que os canadenses construíram em Toronto. Fique bem longe do bar "The Underground Tour", na Pioneer Square.
Eles cobram US$ 5 (CR$ 4,4 mil), em média, pela excursão. Fazem um discurso dentro e fora do bar e depois levam o grupo para um beco, local imundo cheio de teias de aranha, um nível abaixo da rua. Nada interessante.
Prefira um passeio pela sede mundial da fábrica de aviões Boeing que está localizada na entrada da cidade, rodovia 5. Para essa excursão é preciso marcar um horário na própria empresa.
Evite a hora do rush (nos Estados Unidos após as 17h). A rodovia 5 e avenidas próximas ficam com intenso trânsito, o que faz qualquer paulista se sentir totalmente em casa.

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