São Paulo, sexta-feira, 8 de abril de 1994
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Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo):

"A atitude do Betinho tem um atenuante no Direito Criminal que é o estado de necessidade. É um erro aceitar dinheiro da contravenção, mas os detalhes têm que ser melhor apurados. Foi um ato de desespero de um aidético vendo colegas de infortúnio morrendo. Isso precisa ser levado em conta. Não se pode condenar quem fez isso num desespero. Não está certo receber dinheiro do bicho, mas a atitude de outras pessoas é mais grave."

Aurea Celeste Abade, advogada e presidente do Gapa (Grupo de Apoio à Prevenção à Aids) de São Paulo:
"Não sabemos ainda se o Betinho (Herbert de Souza) conhecia a origem da contribuição que recebeu. Se ele sabia que o dinheiro era ilícito, cometeu um erro político. A contribuição, naquele momento, trouxe um benefício para a entidade, mas a decisão precisava ser melhor pensada. De todo modo, não cabe a nós o julgamento desta atitude, principalmente pelo trabalho que o Betinho vem fazendo."

Marco Antonio Rodrigues Barbosa, diretor da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo:
"Conheço bem o Betinho. Tenho absoluta convicção de que isso não passa de um erro político de sua parte. Erro que ele teve a coragem e a honradez de reconhecer. Estou certo de que ele não tinha consciência da extensão dos fatos. Aceitou num gesto de absoluta necessidade para terceiros. O reconhecimento de seu erro é uma luz para uma sociedade hipócrita e cínica."

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